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Mineiros criam tecnologia para acesso à internet via rede elétrica

Transmissão de dados pela internet em alta velocidade e com custo reduzido e via rede elétrica. Esse projeto arrojado, criado por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), acaba de faturar o Prêmio Mineiro de Inovação, na categoria "Produto" , conquistando o terceiro lugar e o apoio do Programa de Incentivo à Inovação (PII).

A tecnologia desenvolvida é pioneira no Brasil. O sistema permite que os usuários tenham acesso a internet por meio de um aparelho que fica instalado no poste, do lado de fora das casas, e de um modem, que ao ser acoplado em uma tomada, transmite o sinal decodificado para conexão.

“Funciona mais ou menos como uma TV a cabo. A empresa que fornece o serviço de internet libera o sinal para rede de energia elétrica. Esse sinal passa pelos fios até a casa do usuário. Lá ele vai precisar de um aparelho, ligado a qualquer tomada da casa, que vai permitir o acesso à internet em alta velocidade”, explica o pesquisador, que desenvolveu o modem, Moises Vidal Ribeiro.

O modem já está pronto, mas falta investidores para lançar no mercado/Foto:DivulgaçãoO modem já está pronto, mas falta investidores para lançar no mercado/Foto:Divulgação

O desenvolvimento da nova tecnologia foi iniciado em 2008 e teve a participação de mais de 70 pesquisadores. Com o apoio do PII, desenvolvido pelo Sebrae Minas e pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (Sectes), os pesquisadores transformaram a pesquisa em uma oportunidade de negócio. Eles criaram a empresa Smarti9, que desenvolve além de novas tecnologias PLC - Power Line Communication, outras soluções focadas na área de redes elétricas inteligentes e internet das coisas.

Cada vez mais brasileiros têm acesso a internet, porém a qualidade do sinal ainda é um problema para muitos usuários. Está é uma das vantagens da internet via rede elétrica. O equipamento desenvolvido permitiria uma conexão de até 450 Mbps (megabits) por segundo. “Conseguiríamos facilmente uma velocidade de 20 Mbps por segundo, que já seria melhor que a velocidade convencional que varia entre 5 a 10 Mbps por segundo, e dependendo da região pode ser ainda menor”, conta.

Com uma taxa de transmissão elevadíssima possibilitaria o uso da tecnologia não somente nas residências como também nos setores industrias, navais, ferroviários e petrolíferos, já que não exige grandes investimentos para implantação e o custo de implantação da infraestrutura é bastante reduzido, por utilizar os próprios cabos de energia já instalados.

“Em áreas com muito material metálico as redes sem fio funcionam com limitação, já que o metal em grandes quantidades impede a propagação do sinal. Também deve ser avaliado que cabos de fibra ótica utilizados na rede comunicação são caríssimos”, afirma o pesquisador. De acordo com Moises, outra vantagem é que o consumo de energia do modem seria menor que uma televisão ligada. “O consumo de energia neste sistema é o menor possível e sem impacto relevante na conta de luz”, diz.

O protótipo do modem já está pronto, porém os pesquisadores ainda buscam investidores para colocar o produto no mercado. Outro entrave é que apesar da internet via rede elétrica ser regulamentada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), ainda não existem prestadoras deste serviço no Brasil.

O Prêmio Mineiro de Inovação é uma iniciativa da Câmara Italiana de Comércio de Minas Gerais com apoio institucional do Governo do Estado de Minas Gerais e da FIEMG. O objetivo da premiação é reconhecer ideias que contribuam para o avanço do conhecimento em Minas Gerais, gerando projetos e soluções transformadoras.

Com O Tempo



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