Após pressão de fiéis, vereador recua e tira de pauta projeto sobre fim de feriado religioso
Valeu a pressão e a campanha feita em várias igrejas católicas. Fiéis de diversas paróquias da cidade lotaram o plenário da Câmara e assistiram ao vereador Pastor Alcides pedir a retirada do projeto 158 de sua autoria da pauta de votação. Na proposta, o parlamentar propunha que o feriado municipal de 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, fosse substituído por 24 de novembro, aniversário da cidade.
Com cantos religiosos, gritos de ordem e até uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, cerca de 100 fiéis lotaram o plenário para acompanhar a votação. “Queremos acreditar que foi um equívoco dele. Porque se estiver lúcido, é um absurdo. O vereador foi eleito pelo povo por isso deve ser inteligente o suficiente para não ir adiante”, disse Antônio Cosme da paróquia de Santíssima Trindade antes de Pastor Alcides pedir a retirada do projeto.
Mesmo diante da pressão, Pastor Alcides afirmou que a manifestação não o assustava em nada, e se justificou dizendo que a intenção não é suprimir o dia de Imaculada Conceição porque “todo dia deveria ser dia de Maria”. No texto do projeto, a explicação foi que a intenção é “equilibrar com justiça o direito de todos, por retirar do calendário municipal o feriado religioso menos tradicional na comunidade e substituí-lo por uma data comemorativa comum a todos os sete-lagoanos, o aniversário da cidade”.
O assunto foi muito debatido na Câmara e vários parlamentares usaram o tempo da comunicação pessoal para opinar sobre o projeto. Dr. Euro citou a questão cultural para defender que era contrário à proposta. “Esse feriado municipal está inserido na cultura da cidade, no nosso dia-a-dia, que não mechamos na nossa cultura”, ponderou.
Com um trabalho forte de evangelização, Milton Martins foi mais longe e falou que “não é um simples feriado, não é dia cultural, é um dia para refletirmos sobre Deus no mundo. É uma data muito especial de reflexão. Para que acabar com um feriado onde paramos para orar”, questionou.
Como o projeto não foi apreciado porque foi retirado da pauta de votação, poderá voltar em outra oportunidade. Nos bastidores, o vereador Pastor Alcides garantiu que tem a intenção de voltar com a matéria em outra oportunidade.
Por Marcelo Paiva