Câmara retira novamente de pauta projeto que prevê reajuste para os professores
Mais uma vez a categoria compareceu em peso na Casa, mostrando que os professores continuam divididos quanto à proposta apresentada pela prefeitura. “Nós queremos avançar quanto as negociações. A gente não quer somente o reajuste, queremos também melhores condições de trabalho”, afirma Márcia Campos, que há 15 anos atua como professora na cidade.
Havia também quem quisesse aprovar o projeto apresentado pelo Executivo para tentar buscar a verba complementar junto ao governo federal e demais instâncias responsáveis. Foi o caso de Cláudia Ribeiro, que como a colega de trabalho, também atua dentro de sala de aula há 15 anos. “Eu sei da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) para que seja obrigatório o pagamento do piso. O que eu quero é que seja aprovado o texto e que mais que depressa a gente possa correr atrás desses recursos”, informou em plenário.
Na ocasião o vereador Caio Dutra alegou que, em conversas de bastidores, ficou sabendo que projeto apresentado ainda poderia retroceder. “Me disseram que o reajuste pode ser reduzido a 15% o que vai prejudicar toda categoria”, informou.
Após, Caio Dutra pediu que posturas como a do vereador, que remetem ao Populismo fosse evitadas no Plenário. “A gente tem de uma vez por todas que resolver a situação. Vamos deixar o populismo de lado”, pediu.
Apesar da maioria dos vereadores estarem a favor da aprovação do projeto, o mesmo foi retirado de pauta, sendo que ele será novamente apreciado na terça-feira que vem. “Nós queremos buscar melhorias por meio do diálogo com a Prefeitura”, disse Maria do Carmo Cristelli, representante do Sind-Ute.
A medida do Supremo Tribunal Federal (STF), publicada no dia 24 de agosto, por meio de um acórdão do julgamento ocorrido em abril que reconheceu a constitucionalidade da lei que criou o piso nacional do magistério.
Na prática a lei obriga que seja pago o piso salarial para a categoria. A Lei do Piso foi sancionada em 2008 e determinou que nenhum professor da rede pública com formação de nível médio e carga horária de 40 horas semanais pode ganhar menos de R$ 950 por mês.
Com a correção, o valor do piso este ano passou para R$ 1.187. Quando a lei foi aprovada, cinco governadores entraram no STF questionando a constitucionalidade do piso nacional.
por Cíntia Rezende