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Entrevista: Múcio Reis fala em choque de gestão na prefeitura

Com a experiência e a tranquilidade de quem já se sentou na cadeira de prefeito de Sete Lagoas, Múcio Reis (PMDB), fala em responsabilidade administrativa Múcio Reis / Foto: DivulgaçãoMúcio Reis / Foto: Divulgaçãopara mudar a cidade. Em entrevista o candidato explica também o que fará, se eleito, para melhorar os salários oferecidos no município e a solução para as reclamações recorrentes nos serviços do SAAE, acompanhe.

Sete Lagoas: Reta final de campanha candidato, alguma alteração ou estratégia nova para convencer quem ainda não escolheu seu candidato a prefeito?

Múcio Reis: Nenhuma mudança. Vamos continuar insistindo. Até mesmo porque o projeto que eu sei que tenho para Sete Lagoas ele, nada muda. Porque eu desde o início entrei nessa campanha com o propósito e com as propostas que realizaria esse propósito. Então, nada muda, porque são propostas e propósitos firmes.

Sete Lagoas: Com relação a propostas, o que o Senhor tem a presentar ao funcionalismo para motivar e trazer o funcionalismo para o lado do prefeito?

Múcio Reis: A primeira coisa é respeitar o funcionalismo. Foi o que eu fiz. É pacificar, não ter junto ao funcionalismo se ele é do candidato A, B ou C. É preciso que quem vai ocupar o cargo de prefeito, tenha a noção exata que ele tem um tempo finito e a administração continua depois dele. Então é preciso que ele tenha a responsabilidade de respeitar, de qualificar, de motivar através dos diversos segmentos, esse funcionalismo, principalmente é o respeito e a pacificação.

Sete Lagoas: Com relação às operações do SAAE, o que fazer para melhorar a prestação do serviço que é alvo de reclamações recorrentes na cidade?

Múcio Reis: Eu acho que não tem que discutir o SAAE, tem que discutir a administração. Porque de forma recorrente eu ouço diversas coisas que não estão andando bem. Então, não é o SAAE. O SAAE ele anda bem se não tiver interferência política, se não tiver favorecimento, se não tiver busca de capital, se não tiver travamento da tarifa correta. Privatizar o SAAE, ou transferir a operação do SAAE pra outro é negar a própria essência da administração de Sete Lagoas. Quanto à questão de abrir o capital, ela no meu modo de pensar não é o principal fator. Quando se fala em fazer uma empresa pública é porque como autarquia ela tem alguns entraves e ela acarreta ao município alguns entraves. E ela justifica interferências politiqueiras dentro da autarquia. Se for uma empresa pública terá com certeza que prestar contas aos sócios de forma plena que não se admitirá uma interferência negativa. Quanto a abertura do capital é só pensar que o que se propõe em uma empresa como a Cemig e a Copasa, então é ter o controle do capital, permanecer e receber os dividendos, principalmente os dividendos, e boa prestação de serviço, que pode ser prestado e que o SAAE já prestou, e haverá também a valorização dos profissionais que lá trabalham.

Sete Lagoas: O tratamento de esgoto é muito atrasado diante da importância da cidade. O que fazer para mudar a realidade da cidade que hoje é uma das que mais polui o Rio das Velhas?

Múcio Reis: Acho que em muitos aspectos Sete Lagoas, não só por culpa dessa administração, mas é preciso ser muito claro, e não são todas, mas várias administrações passadas trouxeram Sete Lagoas a um retrocesso administrativo político que a gente se encontra hoje. A questão do tratamento de esgoto é uma coisa que deve ser continuado, feito e continuado. Dando um exemplo você vai até ao Barreiro que você verá um tratamento de esgoto que simplesmente não funciona. Esta lá tudo pronto, arrumado que foi feito e inaugurado dia 26 de novembro de 1996, na minha administração. Não houve sequencia, nem mesmo para manutenção do que já é existente, assim como nós temos vários pontos em Sete Lagoas que se tem problema no bombeamento do esgoto. É fazer o SAAE funcionar, fazer abertura de capital, tem capital para todo bom projeto. Agora tem que ser feito de forma continuada, porque não é uma administração que vai resolver todos os problemas, tem que haver um investimento permanente não só na busca, mas na execução de diversos projetos. Então falta a Sete Lagoas reponsabilidade política.

Sete Lagoas: Outro ponto que não evoluiu junto com a cidade foi o transporte coletivo. Temos a Turi e o alternativo que ao invés de se complementarem ficam na disputa por passageiros na rua. O que fazer para melhorar o transporte coletivo na cidade?

Múcio Reis: Tem que se fazer rotas já com BRT, ônibus de grande capacidade de deslocamento, com os deslocamentos intermediários pela cidade. É uma questão que resolve, inclusive, a questão do trânsito. Para se ter uma noção, a cidade de Curitiba chegou a ter 75% das pessoas sendo usuários do transporte coletivo, ou seja, diminuiu carro. Agora não é pura e simplesmente essa questão, toda ação da prefeitura envolve diversos aspectos. Você tem que fazer um investimento na cidade de tal maneira pra que você tenha uma cidade digital, um painel em cada local, pra que você acompanhe em tempo real cada ônibus que está deslocando, o que tem a nível do trecho que vai ser atendido, como está sendo atendido, quantos minutos vai demorar, ter ali  tudo que o usuário merece. Então é preciso que se faça um bom projeto de trânsito, não se faça uma concessão de 40 anos, porque isso é o absurdo dos absurdos e trate de forma responsável esse aspecto. Porque estamos aqui, com todo o respeito que Ribeirão das Neves merece, se tornando uma cidade dormitório igual a Ribeirão das Neves. Enquanto toda a parte empresarial avança e a administração pública recua, nós temos que virar uma Campinas e não uma cidade dormitório.

Sete Lagoas: A cidade hoje oferece muitas vagas de emprego para todos os setores, mas os salários não acompanham e são ruins. As empresas, muitas vezes, trazem profissionais de fora, o que fazer para dar a cidade competitividade com salários melhores para os profissionais daqui?

Múcio Reis: Eles falam que eu tenho mania de educação, mas é exatamente educação e capacitação das pessoas, nenhuma empresa aumenta salário pelos belos olhos ou decreto do prefeito. Uma empresa só aumenta o salário se você der retorno. E você, para ser bom profissional, vai ter que se capacitar e de onde que parte? Parte exatamente de um curso técnico e fazer com que as empresas aqui existentes naquilo que ela demanda, a prefeitura criar o curso específico pra ela, e posteriormente as empresas que virão também fazê-lo. Então dessa forma é capacitar as pessoas através de tecnologia. E esse aspecto é bom salientar que não é somente Sete Lagoas não. O Brasil passa por isso, tem importado engenheiros, técnicos e vários setores porque deixou de investir exatamente nos aspectos técnicos que nós teríamos que fazer. Então é correr atrás do prejuízo com diversos cursos técnicos que estão sendo desenvolvidos pelo governo federal, nós termos aqui e temos que iniciar imediatamente temos até tempo ocioso no prédio da Fumep que é de boa qualidade.

Sete Lagoas: Moradores do Barreiro de baixo e de cima questionam que estão esquecidos pela administração. O senhor tem propostas específicas para a região do Barreiro.

Múcio Reis: O Barreiro eu tenho a coragem de dizer, e até mesmo de desafiar, que o último prefeito que fez, que deu atenção devida a região, fui eu. Lá não tinha esgoto, a escola era abandonada, colocamos o posto de saúde pra funcionar e uma série de questões que foram feitas. Depois as administrações abandonaram o Barreio, Lontra, Lontrinha, Riacho do Campo, que formam uma região da cidade. Eu acho que a primeira coisa que tem que fazer é mostrar o poder público na sua obrigação plena que é estar presente e dar condição de se fazer lá. E depois discutir se aquilo deve virar um distrito e futuramente separar de Sete Lagoas. É falta do poder público que ocasiona esse sentimento de separação. Lá é um bom bairro e as pessoas não querem muito, ali não é só um asfalto, um posto de saúde, é fazer acontecer até porque eles participam. Você tem que tratar lá com se trata o Canaan, o Verde Vale, o mesmo tratamento para todos. O poder público precisa diminuir a diferença. Vou dar um exemplo: A Norte Sul, antigamente para ir na região do Orozimbo Macedo, do Bernardo Valadares e toda aquela região era apenas pela José Sérvulo Soalheiro. Apareceu um prefeito que é Múcio Reis iniciou a Norte Sul pela parte bairro para o centro. Todo mundo disse que era invertido, mas é no centro que todo mundo quer chegar, deixou de ser periferia porque daqui do centro para o Belo Vale você gasta cinco, seis minutos e fazer bem feito e criar corredores que terão que motivar as pessoas a morarem bem e ter o sentimento de igualdade e o ufanismo de ser Sete-lagoano e não ser separatista.

Sete Lagoas: A saúde da cidade também é muito cobrada, percebe-se uma defasagem no atendimento, o que pode ser feito na saúde?

Múcio Reis: É fazer gestão pública e responsabilidade pública tem um regra  simples que adotei quando prefeito. Quem trabalha recebe, quem não trabalha não recebe. Quem não chega no horário devido e tal é demitido e substituído, são coisas simples, porque a patrão não é o prefeito o patrão é a população e tem que buscar o tratamento para a população. A questão de saúde é um mal que é desumano o que está acontecendo aqui. É preciso humanizar e fazer a acontecer, não é difícil se funcionou no passado e na nossa época recebemos o prêmio da Unicef como cidade amiga da criança pela questão do funcionamento da saúde, da educação, ação social. Então porque que não pode funcionar. Na época eram R$ 2 milhões a arrecadação da cidade, hoje são mais de R$ 40 milhões, mas a cidade cresceu, cresceu 30%, enquanto a arrecadação cresceu muito mias. Temos que ter uma gestão correta, então é um choque gestão que tem que ser feito em Sete Lagoas em diversos segmentos. Falar sobre negatividades pontuais da administração é até irrelevante porque na verdade é administração que tem que tomar um choque para se fazer. Não estou falando de ordem pessoal até porque não cabe a mim julgar, se não aquilo que é visível. E não cabe analisar o presente porque o candidato ele se habilita ao futuro e pode ter certeza que quem já fez e fez bem feito vai fazer melhor.

por Marcelo Paiva 



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