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Entrevista: Emílio de Vasconcelos afirma que reestruturar coleta de esgoto será um dos maiores desafios

Apresentando as propostas dos candidatos a prefeito, o Sete Lagoas.com.br divulga hoje as pretensões do candidato do PSB, Emílio de Vasconcelos. Para o socialista o maior desafio e mais dispendioso será a reestruturação de toda a rede de esgoto da cidade, hoje insuficiente para a demanda, segundo Emílio. O ex-secretário de planejamento fala também em plano de carreira e aumento substancial para o funcionalismo, acompanhe.

Emílio afirma que vai valorizar e dar motivação ao funcionalismo / Foto: DivulgaçãoEmílio afirma que vai valorizar e dar motivação ao funcionalismo / Foto: Divulgação

Sete Lagoas: Nessa reta final de campanha o que vai mudar para os candidatos convencerem os eleitores?


Emílio de Vasconcelos: Os debates, sem dúvida nenhuma, são a grande expectativa da população. Nos cobram isso na rua, nas caminhadas, em cada lugar que eu vou: quando vão ter os debates? A grande expectativa é de um debate na TV onde a maior parte da população tem acesso. Então aguardam ansiosamente, sinto isso nas ruas. 

Sete Lagoas: O que fazer nessa reta final de campanha para convencer o eleitor que ainda está em dúvida. O debate será fator decisivo ou intensificar os trabalhos na rua?

Emílio de Vasconcelos: Debate, propostas, programas de rádio e TV e caminhadas com propostas específicas para cada bairro, não tenho dúvida que vai passar por esses pontos. Ainda são muitos os indecisos e eles vão escolher prestando atenção. E os meios que a população tem são os programas de rádio e TV, debate e contato direto. 

Sete Lagoas: A aliança PSB/PT vem sendo criticada por lideranças dos dois lados, a nível nacional, visto a exemplo o que ocorre em BH frente a disputa entre Patrus (PT) e Márcio Lacerda (PSB) e a intenção de revisão desse acordo no plano nacional, manifestada por Patrus e Eduardo Campos (PSB). Assim, o senhor, caso seja eleito, irá distribuir secretarias e cargos para o PT, como forma de manter o partido seu aliado durante sua gestão na prefeitura? (Leandro Viana, Canaan)

Emílio de Vasconcelos: Não, de forma alguma. Nossa aliança nunca passou por discussão de cargos. Passou por discussão de projetos e propostas e esse compromisso será mantido porque eles foram muito sérios, baseados e formalizados em cima dos interesses da cidade. E quero acrescentar que não há um rompimento nacional PT/PSB, de forma alguma, pelo contrário. O que existe são problemas localizados em três capitais, no resto do país a aliança permanece e vai muito bem, obrigado. As três capitais onde houve problemas foram Fortaleza, Recife e Belo Horizonte. Mas no resto do país, inclusive em Minas, nas outras cidades maiores, São Paulo, a aliança permanece e vai muito bem.

Sete Lagoas: Quais são as suas propostas para o funcionalismo público municipal? (Leandro Viana, Canaan)

Emílio de Vasconcelos: Minha proposta é ser o que já fui. Fui secretário de planejamento e coordenador responsável pelo primeiro plano de cargos e salários da história de Sete Lagoas para o funcionalismo público. Os maiores índices de aumento para o funcionalismo municipal que já tiveram na história foram definidos quando eu fui secretário de planejamento. Então, quando tive lá dei provas da importância que dou para o funcionalismo municipal. Entendo que para atingir nosso objetivo maior que é de transformar a máquina pública em verdadeira prestadora de serviço para a população só vamos conseguir atingir isso com o funcionalismo participante e do nosso lado. Então passa sim por aumentos salariais substanciais. O nível de salário hoje da prefeitura é vergonhoso, muito diferente da minha época quando secretário. Para ter uma ideia quando fui secretário o salário de uma professora em início de carreira era de três salários mínimos, muito superior ao de hoje. Engenheiro da prefeitura ganha menos que um pedreiro de uma empresa privada, isso é vergonhoso. Então vai haver valorização, mas valorização não passa só por aumento de salário isso é normal e corriqueiro. Passa por progressão de carreira e prestigiar o funcionalismo e entender que o funcionalismo é do município não é do prefeito. Então é motivar sim, e com premiação por desempenho, principalmente nas áreas de saúde e educação. Faz parte do meu programa de governo e das minhas metas fixar critérios para premiar por desempenho, dar autonomia escolar e isso pode reverter parte para abonos salariais, ganhos compensatórios do funcionalismo da educação e também na saúde por atendimento de metas e solução do problema da saúde.

Sete Lagoas: O transporte coletivo é muito questionado na cidade. O Alternativo não é uma alternativa para a população, concorre com a empresa que presta o serviço. Quais as propostas para o setor? 

Emílio Vasconcelos: Primeiro é assumir o transporte coletivo, hoje não é a prefeitura quem comanda esse sistema. A concessionária define onde passa e que horário passa. O alternativo segue o que a concessionária define e a prefeitura fica sentada assistindo. Então, o primeiro ponto é a prefeitura assumir o sistema. Ela passa a comandar e gerenciar que são atribuições e obrigações dela. O segundo ponto é dotar realmente a cidade de um sistema de transporte complementar e alternativo, como o próprio nome diz. A ideia é que a concessionária com os ônibus maiores tenha linhas mais expressas que vão de forma mais direta e mais rápida dos bairros ao centro e o alternativo seja exatamente o que o nome diz. Ele vai circular mais internamente nos bairros de forma que um complemente o outro e o usuário tenha opção de escolha. Se quiser ir mais rápido para o centro ou se quer parar mais próximo de casa, são várias as situações. Além disso, implantar sistemas grandes, eu deixei pronto em 1992 no projeto da Av. Norte Sul o BRT, nós temos o projeto básico pronto para Sete Lagoas que eu deixei como secretário de planejamento. É uma busca de se implantar porque se já era possível e havia demanda naquela época, imagina agora. É pensar grande e executar grande.

Sete Lagoas: Se eleito, o que pretende fazer com o serviço de água e esgoto do município? As operações continuariam com o SAAE? Teria previsão de iniciar o tratamento de esgoto em Sete Lagoas? (Marina Torres, Progresso)

Emílio Vasconcelos: Não com o modelo atual. As operações continuariam sob o comando do município, mas a busca é que o SAAE deixe de ser uma autarquia e se transforme em empresa de economia mista de controle municipal. Aí você dá independência a ela para captar recursos. Como companhia ela pode até se lançar e ir ao mercado captar recursos, o que como autarquia não pode fazer. Aí você dá independência administrativa porque como companhia de S/A a maioria do capital de decisão permanece no município. Mas ela tem que seguir toda uma legislação das S/A, isso impede a utilização política do SAAE. Então, para resumir o SAAE continua sendo de controle do município, mas de forma alguma como está hoje, porque o modelo está falido. Então nós vamos procurar fazer, através de uma parceria com iniciativa privada que vai capitalizar o SAAE, vamos poder vender parte do patrimônio e, ao invés de passar uma concessão, dar eficiência empresarial ao SAAE, mas manter o controle da decisão no município. 

Sete Lagoas: Projetos com relação ao tratamento de esgoto já que Sete Lagoas é umas das cidades que mais polui o Rio das Velhas hoje?

Emílio Vasconcelos: Nós temos que pensar de duas formas. Não basta pensar em tratar esgoto hoje, que é uma busca e uma obrigação também de Sete Lagoas que hoje é a única cidade de maior porte que ainda polui maciçamente a bacia do Rio das Velhas. Mas refazer o nosso sistema de coleta que hoje está todo sucateado, ultrapassado e insuficiente para a demanda de esgoto das áreas mais centrais da cidade e até mesmo dos bairros de periferia. Outra ação que tem que ser imediata é que não dá para pensar em tratar esgoto se grande parte dele não chega nem numa futura estação. Porque nossas estações de bombeamento estão todas sucateadas com bombas queimadas e esgoto lançado direto nos córregos. Então não adianta fazer uma estação se lá na frente esse esgoto não vai chegar nela do jeito que tá. Então é o maior desafio, mais dispendioso e de maior investimento. É rever todo sistema de esgoto da cidade que passa pela coleta, pelos emissários, os bombeamentos e finalmente pela estação. Tudo tem que ser feito ao mesmo tempo. 

Sete Lagoas: Moradores do Barreiro de cima e de Baixo querem saber, quais as propostas para a região?

Emílio de Vasconcelos: Eu enxergo o Barreiro como um bairro e como todos que nós temos, terá o mesmo tratamento. Não pode ser discriminado por estar mais afastado do centro, nem beneficiado por isso. O Barreiro pra mim é um bairro como qualquer outro e vai ser bem tratado como todos vão ser. Pra mim é uma área urbana não tenho pretensão de fazer um distrito no Barreiro.

Por Marcelo Paiva



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