Irregularidades marcam a venda antecipada de ingressos para a Exposete. Em pouco mais de meia hora na fila para venda antecipada de ingressos no centro da cidade, a reportagem do SeteLagoas.com.br, flagrou, de cambistas agindo livremente a vista grossa de segurança para um “furo” na fila. 

Longas filas se formaram no posto de venda de ingressos no centro de Sete Lagoas / Foto: Marcelo Paiva

Durante esta quarta-feira (8), dia marcado para começar a exposição, centenas de pessoas queriam garantir, de forma antecipada, o ingresso para curtir os shows. Chrystiane Martins ficou quatro horas na fila para conseguir adquirir as entradas com antecedência. “É um absurdo isso aqui, querem ganhar dinheiro e só desvalorizam o povo de Sete Lagoas”, garante.

Sem um dos documentos exigidos para a compra de ingresso de meia-entrada, Jucilaine de Souza, se ainda quiser prestigiar a festa, terá que enfrentar mais longas horas na fila. “Me exigiram carteira de identidade, declaração da escola e carteirinha de estudante, estou sem RG, e não consegui comprar”, reclama.

Dois guichês estão fazendo a venda antecipada no centro da cidade e em nenhum deles há qualquer tipo de aviso sobre documentação exigida para a venda de ingressos de meia-entrada. Também não existe venda para metade de preço em camarotes, apenas no valor integral.

Jucilaine mostra os documentos, mesmo assim não conseguiu efetuar a compra / Foto: Marcelo Paiva

O mesmo rigor apresentado para Jucilaine não foi repetido na venda de ingresso para um conhecido do bilheteiro que concluiu a venda sem o comprovante da entidade estudantil. Outra grave situação foi flagrada pela reportagem que presenciou o segurança responsável em organizar a fila favorecendo uma pessoa. “Passa pra ela (o dinheiro), finge que não estou vendo”, disse a uma jovem que entregou a quantia para outra pessoa já no guichê para fazer a compra.

O que diz a lei

É necessária a apresentação de documento de identificação. Os documentos podem ser cobrados tanto na compra quanto na entrada do evento, cabendo à empresa organizadora definir as regras. É vedada a cobrança de boleto de mensalidade pago comprovando a matrícula. Eventos para até cinco mil pessoas podem estabelecer cota de 30% de ingressos para estudantes. Eventos para público superior a cinco mil pessoas não podem limitar a meia-entrada para estudantes.

A orientação geral para os estudantes que se sentiram lesados é procurar os órgãos de defesa do consumidor e o Ministério Público. Entidades estudantis, nas quais o estatuto prevê o direito de defender os interesses coletivos dos estudantes, especialmente em matéria de relação de consumo, também podem mover ação coletiva contra as empresas que estão descumprindo a lei da meia-entrada.     

Por Marcelo Paiva