SAAE apresenta dados sobre o estudo hidrogeológico e não descarta possibilidade de faltar água na cidade
- Categoria: Cidades
Durante coletiva realizada na manhã desta quarta (01), na sede do SAAE em Sete Lagoas, localizada na região central, engenheiros e membros
As ações, realizadas em diversas etapas, tem como objetivo buscar uma solução para o atual problema de abastecimento de água na cidade. Para explicar um pouco do projeto, a autarquia convidou o geólogo Jorge Peñaranda, para avaliar algumas das ações já realizadas na cidade.
Jorge conta, que entre março e dezembro do ano passado, foram coletados dados para levantamento das áreas e dos poços em Sete Lagoas. Nesta primeira fase, foram levantadas informações para conhecimento geológico e reunião de dados vindos de diferentes entidades da cidade e do estado. “Buscamos informações com diversos órgãos, como o Igam e a Embrapa de Sete Lagoas, justamente para fazer esta ponte e levantar informações sobre a área, que até então era pouco conhecida”, afirmou o geólogo espanhol, que há mais de 20 anos mora e desenvolve trabalhos no Brasil.
Jorge faz parte da empresa Servimar, que hoje, realiza a pesquisa e execução dos estudos dentro da cidade. Junto com ele, também estiveram presentes na coletiva, Gilberto Cunha, consultor do SAAE; Fátima L'Abbate, Engenheira e Paulo Galvão, geólogo; todos empenhados na execução do plano na cidade.
Além do levantamento, Jorge informou, que foram identificados os diferentes poços que hoje atuam em Sete Lagoas, sendo que, os dados apontaram que a cidade tem hoje 105 poços do SAAE, mais outros 200 de particulares. Além disso, o estudioso afirma, que hoje, a cidade têm pelo menos 70% desse montante em número de poços clandestinos.
Ao ser questionado sobre um possível problema de desabastecimento, Jorge afirmou que “há sim uma possibilidade de faltar água em Sete Lagoas, e o estudo hidrogeológico está sendo realizado justamente para que a gente possa reverter, ou até prever situações como essa”, afirma.
Na ocasião, problemas como a instalação de fábricas de bebidas e outras grandes indústrias, que usam da água da cidade e que hoje afetam o abastecimento, também foram levantados. O estudioso afirma, que a autarquia tem essa preocupação em reverter a situação, mas que neste momento o grupo tenta estudar e analisar a geologia da cidade, para assim, traçar diretrizes que possam reverter o desabastecimento.
Outro problema apresentado, é quanto ao grande processo de impermeabilização dos solos, que dificulta a chamada recarga de recursos hídricos dos lençóis da cidade. Jorge afirma, que mesmo com a reversão do processo de impermeabilização para passeios feitos no estilo calçamento, a situação não estaria resolvida, pois haveria ainda, necessidade de analisar se essa água não provocaria contaminação dos lençóis.
Uma das medidas já apresentadas é a construção de novos poços e a utilização da captação da água superficial do Rio das Velhas, que ajudaria no consumo do recurso hoje em Sete Lagoas. “A cidade, assim como outros locais, vive um crescimento grande, e isso reflete na oferta de recursos, sendo que um dos que mais são sacrificados é a agua”, pondera o estudioso.
Na ocasião, membros da equipe fizeram um alerta quanto a retomada dos trabalhos dos estudos por meio da análise dos poços. Os moradores da cidade devem ficar atentos, pois a partir do próximo dia 6 de fevereiro, as equipes estarão em diferentes locais da cidade para realização de novas análises das áreas. Com isso, haverá possibilidade de desabastecimento por cerca de 60 horas.
Juntamente com a conta de água, haverá um panfleto informativo que será distribuído em toda cidade, informando as datas e as áreas atingidas. Haverá ainda, de seis a oito caminhões pipas que estarão a disposição para serem usados em situações específicas, dando suporte para o caso de falta de água. As informações também serão veiculadas na imprensa e fixadas em cartazes e faixas na entrada dos bairros que receberão as equipes.
por Cíntia Rezende