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Menos cobranças e mais inteligência

TENHA NA SUA AUTOESTIMA UM PONTO FORTE, PARA SE SENTIR BEM E FELIZ... SIMPLES ASSIM!

Não é simples abraçar uma autoestima elevada, uma sensação de bem estar e, mais do que isso, de estar livre, à vontade, com o que somos e vestimos. A verdade, é que nossa silhueta, seja como for, sempre esconde pequenos detalhes que são encarados, por nós, como defeitos. Por mais mínimos que sejam, por mais discretos e sem importância, esses detalhes são alimento para uma constante tristeza ou no mínimo uma permanente mania de se sentir pior do que realmente é.

Pois bem, nada disso deveria de fato afetar quem nós somos ou quem sentimos que somos. Cada dia, nós nos cobramos mais, como uma resposta a permanente cobrança imposta pela própria vida - visível nos modelos de beleza indicados pela mídia. Tudo bem; é válido dizer que a história, nos últimos anos, começa a ganhar sopros de novidade, de novos padrões, mas ainda assim, a suposta valorização do natural, da beleza real, ainda é pintada por certas mudanças que dificultam muito a assimilação daquilo como realmente válido e palpável. São as meninas, cheinhas, que aparecem belíssimas em fotos de divulgação com suas peles perfeitamente lisas e suas curvas bem delineadas - sem nenhuma estria ou celulite. São essas referências que confundem nossa mente e que nos fazem surtar com um braço cheinho ou mesmo com coxas finas demais.

Para os homens, a cobrança vem diretamente na masculinidade, pela busca por braços torneados, peitoral marcado e cabelos lisos. Quem está fora desse padrão de beleza, tão disseminado, tem apenas duas escolhas: abraçar a eterna insatisfação, e passar a vida se cobrando e se privando de muito do que gosta, ou relevar pequenos defeitos e aprender a valorizar o que cada um tem de bom.

É triste perceber como algumas das boas coisas da vida podem ser encaradas como loucuras, como crimes para quem quer ser um ícone de beleza. De repente, extrapolar um pouco na hora do almoço, ainda que em um dia especial, ou em um final de semana, passa a ser visto com maus olhos. Ou mesmo, se deixar levar por uma deliciosa taça de sorvete ganha conotação negativa, em um tempo onde toda comida deve ser light, leve, com poucas calorias. Aparentemente, viver pode ter perdido o seu sabor, o seu tempero, já que se entregar aos deleites do mundo é colocar em risco um padrão de beleza praticamente impossível de se alcançar. É preciso encontrar um equilíbrio, descobrir o que pode ser feito sem colocar em risco a tal felicidade. Para viver de forma plena, talvez seja preciso abrir mão de um determinado manequim, mas isso significa, necessariamente, que você está abrindo mão da sua felicidade. Existem formas mil, diversas, de valorizar um corpo, uma silhueta, e talvez seja necessário um pouco de tempo e paciência para enfim perceber o que há de belo em você, sem contar todas aquelas qualidades que não são visíveis aos olhos – as que não se pode tocar.

Se você abriu mão de muito do que gosta, apenas para ter a tal silhueta sonhada, e por isso passa o dia, e a noite, pensando em um pão de sal, um pedaço de pizza ou uma colher de doce de leite, é porque está sacrificando um prazer em nome de algo que talvez nem esteja valendo tanto assim. Houve um tempo, não distante, no qual todos comiam de tudo, todos viviam de forma plena, e ainda assim tinham silhuetas magras, naturais, pelo esforço da vida e pela rotina longe de elevadores, carros e esteiras. O exercício que garantia a boa forma era o exercício dos cuidados do dia-a-dia, da faxina, da caminhada até o trabalho, da correria atrás dos filhos ou mesmo da comidinha caseira, longe de lanchinhos prontos que são entregues em caixas ou saquinhos.

Talvez, levar uma vida mais leve, com menos cobrança e com pitadas de liberdade alimentar traga consigo as vantagens de uma autoestima elevada, de sensação de dever cumprido e, com isso, felicidade. Talvez se aceitar como uma pessoa normal, longe da perfeição das modelos ou das atrizes (após banhos de correção de imagens) seja a dieta para quem quer se sentir bem com seu corpo. Obviamente, cruzar os braços e abraçar exageros não ajuda em nada, mas um pouco de imprudência, em doses homeopáticas, é bom o suficiente para uma vida mais feliz.

 



Amanda Medeiros
Consultora de Estilo
www.conversinhafashion.com.br



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