Menu

Compra planejada

Os bons observadores já repararam que grupos se vestem de forma semelhante e estabelecem, por esse caminho, certa linha na hora de realizar escolhas quanto a compras e atitudes. Pertencer a um determinado grupo pode ser o sonho de muitos, principalmente na fase da infância ou juventude. No entanto, com o amadurecimento, tais atitudes de grupo ou pertencimento, saem um pouco da casa da estética (ligada a roupas e acessórios) e são transferidas para pontos como carros, viagens ou aquisições gerais. Um suposto uniforme é deixado de lado e entram em cena outras posses, exercendo essa função de elementos gerais de adequação. Quando um elemento do grupo troca de carro, ou comunica sobre uma viagem, por exemplo, outros naturalmente tendem a desejar o mesmo – ou mais. Enquanto isso, crescem as insatisfações a partir do momento que acompanhar o ritmo do grupo ou mesmo de um determinado elemento, com maior poder de consumo, passa a ser um desafio impossível de alcançar. Tal insatisfação, não precisa acontecer, quase que como uma nuvem negra permanente que gera baixa auto-estima. Acomodar-se também não é uma opção. A solução, ao menos em um primeiro momento, é tentar se desvincular do ciclo do grupo e viver de acordo com seus sonhos, desejos e necessidades.



Cada um possui uma necessidade de compra e isso vai bem além das vertentes do guarda-roupa. No entanto, usar este elemento como base para uma análise sobre escolhas pessoais, nada mais é que pegar como exemplo algo que é parte de sua vivência. A partir do momento que você gasta mais do que pode, ou deve, com roupas e acessórios, você passa a viver uma vida de tensão e problemas, que não são necessários. Se endividar por questões de saúde, ou mesmo pelos estudos, moradia ou alimentação, pode ser até compreensível, se levarmos em conta que precisamos mesmo de um mínimo para viver – ou crescer.



Porém, na casa do visual, essas compras podem ficar para um segundo momento, já que precisamos de muito pouco para cobrir nossa nudez. O consultor de estilo Tim Gunn costuma dizer em seus livros e aparições, que não precisamos de mais de 20 peças para no nosso guarda-roupa, algo impossível de ir contra. Com essa quantidade de itens, entre calças, blusas, camisas, blazers (saias e vestidos para as mulheres) é possível manter um visual digno, claro que repleto de repetições e criatividade. Encontramos nas roupas uma terapia, uma forma de fuga ou alimento para a auto-estima, mas não podemos nos escravizar pelo que vestimos ou desejamos ter. É importante estabelecer metas, limites de compra, regras e pensar várias vezes antes de se complicar por causa de uma roupa que você pode, sim, viver sem.

A compra planejada requer dedicação, mas é a atitude mais sábia que aqueles que são confiantes podem tomar. Sendo assim, vale a importância de se livrar no desejo de pertencimento e compreender que amigos ou familiares, são aqueles com os quais podemos contar, e não, uma fonte de permanente e interminável competição.



Amanda Medeiros
Consultora de Estilo
www.conversinhafashion.com.br
amanda@amandamedeiros.com



Publicidade

O SeteLagoas.com.br utiliza cookies e outras tecnologias para melhorar a sua experiência!
Termos