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Coluna / Tempo Esportivo / Eles não vieram atrás de nós

Eles não vieram atrás de nós

Faltam poucos dias para o início da Copa do Mundo de 2014 aqui no Brasil e um fato curioso chama a atenção: Ao contrário do que normalmente acontece em todas as edições do Mundial, esse ano ainda não se viu aquele entusiasmo, o envolvimento do povo, ruas decoradas e pessoas vestidas a caráter para a ocasião. Há um clima de frieza por parte de alguns, indiferença de outros e até receio de uma parcela da população, alarmada com os sucessivos protestos das mais variadas camadas da sociedade, que se estendem desde a Copa das Confederações, realizada no País em 2013. As manifestações têm claramente dois alvos a serem atingidos: O Governo e a Fifa.

É bem verdade que o Brasil enfrenta intermináveis problemas sociais, sobretudo nas áreas de saúde, educação e segurança e que a Copa do Mundo apresenta-se como uma excelente oportunidade para as reivindicações dos diversos segmentos, uma vez que os “olhos do mundo” estarão voltados para cá durante as próximas semanas. Junte-se a tudo isso o fato de que 2014 é ano político e que em outubro serão escolhidos os novos governadores, deputados, senadores e o presidente da República.

Álvaro Vilaça na África do Sul, Copa do Mundo de 2010Álvaro Vilaça na África do Sul, Copa do Mundo de 2010

Então, diferentemente do que se viu na África do Sul, por exemplo, não há um sentimento unificado de alegria pela realização da Copa do Mundo no País. Os protestos são legítimos e devem ser respeitados por todos, de vez que vivemos num Brasil democrático, com total liberdade de expressão. Ressalvas devem ser feitas tão somente à corrente adepta da marginalidade e do vandalismo, que se ultrajem de manifestantes para instaurarem a desordem nas ruas e avenidas das principais cidades brasileiras, causando destruição e prejuízo de toda ordem.

Contudo, não podemos nos esquecer de um detalhe muito importante: A Fifa, entidade máxima do futebol mundial não pediu para realizar a Copa no Brasil. Eles não vieram atrás do governo brasileiro solicitando qualquer tipo de parceria.

Todos tinham ciência de que, em 2008, quando o Brasil se candidatou a ser sede da Copa do Mundo de 2014, em caso de êxito, teria a obrigatoriedade de cumprir um vasto e rigoroso caderno de encargos, que iria desde a construção e reforma de estádios, até a perfeita adequação de aeroportos, hotéis, estradas e novas tecnologias da comunicação, dentre outros...Portanto, a Fifa, que claramente faz da Copa do Mundo um grande negócio, mega rentável, não deve ser responsabilizada por quaisquer situações durante a realização do evento.

No mais, vai ficar sempre aquela dúvida no ar: Os problemas sociais brasileiros existem desde o século passado e tendem a se agravar com o aumento da população e com as novas necessidades que vão surgindo a cada geração, então, propõe-se a seguinte questão: Seria a Copa do Mundo a grande causadora de todos os males do Brasil? Se o Mundial não fosse realizado aqui os problemas seriam sanados com maior velocidade? O dinheiro empregado pelo poder público, parceiros, investidores e iniciativa privada para a realização da Copa seria convertido para projetos sociais, caso o evento não acontecesse no Brasil? É importante criar um raciocínio bastante crítico sobre tudo isso, um olhar cirúrgico para toda a complexidade do momento e não se deixar levar pela pior das escravidões, a escravidão mental!


Número 100

O Atlético anunciou no início desta semana a contratação do armador Maicosuel, o 100º jogador adquirido pelo Atlético na “era Alexandre Kalil”. O jogador chega com contrato de cinco anos e resultado de um alto investimento por parte do clube mineiro (aproximadamente 10 milhões de reais). A favor do novo atleta atleticano e, por parte do alvinegro mineiro, vem o histórico recente de contratações que conseguiram cumprir contratos longos. Assinar um contrato de longo período muitas vezes é visto com desconfiança e possibilidade de insucesso. Porém, dos últimos contratados pelo Atlético por longo período de vínculo, muitos conseguiram se manter no clube.

Outros jogadores do atual elenco comprovam a política atleticana de manter os reforços durante o seu prazo de contrato. Os goleiros Giovanni e Lee estão no clube desde 2011, assim como o meia-atacante Guilherme e o atacante André, este último, deixou o time em 2012, tendo passagens por empréstimos por Santos e Vasco e retornando ao futebol mineiro em 2014. Desde 2012 seguem no clube: Leandro Donizete, Ronaldinho Gaúcho, Victor, Jô.

Dos reforços anunciados na temporada passada e que permaneceram para o ano seguinte, estão Rosinei, Emerson, Luan, Fernandinho, Dátolo e Josué. Destes, apenas Fernandinho assinou um vínculo menor, empréstimo até 30 de julho de 2014 e teve seus direitos econômicos comprados junto ao Al-Jazira.
A política de investimentos e manutenção de elencos e treinadores tem sido uma constante nos últimos anos dentro do Atlético. Talvez esta política explique a forma como o clube subiu de patamar no futebol brasileiro de alguns anos pra cá.


Necessidade de campeão

Assim como a maioria dos clubes da Série A do futebol brasileiro, o Cruzeiro deverá perder jogadores durante a janela de transferências internacionais. O primeiro a “quase deixar” o clube foi o volante Nilton, que chegou a viajar para a Itália, numa tentativa de acerto com a Inter de Milão. No fim, não houve acordo entre as diretorias. Mas também há notícias da imprensa italiana de que os exames médicos não foram aprovados.

O diretor de futebol, Alexandre Matos, admitiu que o clube tem sido alvo de especulações e que vários jogadores estão na mira de clubes do Brasil e do exterior. Dentre os nomes mais prováveis para deixar a Toca, estava o de Nilton, que acabou não chegando a um acordo com a Internazionale. Além dele, os nomes de Everton Ribeiro e Dedé, são costumeiramente citados. O jovem volante Lucas Silva, que está servindo a seleção brasileira sub-21 também tem sido alvo de muitas especulações.

O que não é novidade para ninguém, é a necessidade de todos os grandes clubes brasileiros de negociarem jogadores no meio da temporada. O próprio Alexandre Mattos admitiu isso, até porque o Cruzeiro não vendeu ninguém desde a conquista do título brasileiro.

É preciso repensar a política salarial dos clubes do Brasil. Hoje em dia, qualquer jogador mediano de um grande clube brasileiro tem vencimentos mensais acima de R$ 100 mil, algo inimaginável até uma década atrás. Não há cotas de televisão, nem montante de patrocínios que resistam a cifras como essas. Antes que seja tarde demais é preciso dar um basta e entender que a economia brasileira não tem saúde financeira para tamanha loucura!




Álvaro Vilaça é formado em Comunicação Social e Marketing, apresentador de TV, narrador e repórter esportivo da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, Diretor de Programação e Coordenador de Esportes da Rádio Eldorado e do Jornal Hoje Cidade. Também é o responsável pela coluna de Esportes do Jornal Notícia e é professor de Negociação, Compras e Marketing das Faculdades Promove de Sete Lagoas. Pós-Graduado em Administração e Marketing.



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