Café mineiro é eleito o melhor do mundo pela primeira vez
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Pela primeira vez na história, um café brasileiro venceu o prêmio "Best of the Best" ("Melhor dos Melhores") do Prêmio Internacional Ernesto Illy. A honraria foi concedida à São Mateus Agropecuária, do Grupo BMG, em cerimônia realizada na Biblioteca Pública de Nova York na noite de 17 de novembro.
O café vencedor é cultivado na Fazenda São Mateus, localizada em Varjão de Minas, no estado de Minas Gerais. A propriedade é certificada pela regenagri, entidade global que promove a agricultura regenerativa, um modelo de plantio sustentável que promove a recuperação do solo e do meio ambiente.
O júri do Prêmio Ernesto Illy avaliou o café da São Mateus como "redondo, saudável e encorpado, com sabores ricos e suaves de um equilíbrio de chocolate, caramelo, açúcar mascavo e amêndoas torradas".
O café da São Mateus também segue os princípios da agricultura regenerativa, bandeira da illycaffè e de Andrea Illy. Esse modelo de plantio sustentável promove a recuperação do solo e do meio ambiente ao redor para garantir sua viabilidade em longo prazo, diminuir as emissões de CO2 e melhorar a saúde do ecossistema local.
Para o CEO do BMG, Eduardo Dominicale, o prêmio é um reconhecimento ao trabalho de décadas da empresa no cultivo do café de qualidade e na adoção de práticas sustentáveis.
"O trabalho começou há 40 anos e caminhou para a procura por sustentabilidade. Foi um passo dado há muito tempo, levando em conta como prezar pelo ecossistema, o reuso da água e não impactar negativamente a terra", disse Dominicale em entrevista à ANSA.
"Nossa fazenda foi uma das primeiras a adotar o sistema de gotejamento, pensando na própria irrigação com o cuidado com a água. Prezamos pela relação com o sistema em que a fazenda está inserida, com a fauna, a flora. É uma característica do DNA do grupo", garantiu o produtor.
Dominicale também dedicou o prêmio ao fundador do BMG e da São Mateus, Flávio Pentagna Guimarães, que morreu em janeiro passado, aos 93 anos.
"A fazenda começou com o doutor Flávio, nosso principal acionista. O grupo tem vários negócios, mas ele sempre gostou da fazenda, queria ter qualidade no café. Ganhar quando ele partiu foi uma maneira de homenageá-lo, teve um sabor especial", concluiu.
Da redação com Itatiaia