Uma história de 16 anos de colaboração do PCdoB nos quadros da prefeitura de Belo Horizonte parece ter se encerrado com a eleição de Márcio Lacerda (PSB) como futuro prefeito. Apesar de o socialista já ter sinalizado que não guarda rancor dos adversários e aceita ajuda para gerir a cidade, os comunistas – que tiveram a deputada federal Jô Moraes como candidata no primeiro turno e apoiaram Leonardo Quintão (PMDB) no segundo – não se mostram dispostos a digerir a aliança firmada pelo PT, do atual prefeito Fernando Pimentel, com o PSDB em torno de Lacerda.

“Nas circunstâncias atuais, não temos condição de integrar a prefeitura de BH, pois discordamos da aliança entre PT e PSDB. Esperamos, e a população também, que a concepção de um projeto democrático popular que vigora há 16 anos não venha a ser distorcida com essa aliança”, afirmou Jô Moraes, ao lembrar que a capital mineira vem de quatro administrações consecutivas de partidos de esquerda, das quais o PSDB jamais tinha participado.

O distanciamento do PCdoB da prefeitura é perceptível desde o lançamento da campanha da deputada federal, que ficou em terceiro lugar na disputa eleitoral. Os comunistas entregaram os cargos que ocupavam na estrutura administrativa. Segundo Jô Moraes, ao levar a eleição para o segundo turno a população de BH demonstrou que “não entendeu” a aliança de parte do PT municipal com uma legenda que faz oposição ao presidente Lula. .

“Foi uma campanha pouco politizada, em que se colocou personagens que não se relacionam com a vida política de Belo Horizonte”, criticou Jô. “A partir de agora essas forças políticas, que tem necessariamente a compreensão de que não é possível uma aliança entre PSDB e PT, vão analisar e ver a melhor posição a tomar. Mas temos certeza que vamos estar vigilantes nas conquistas democráticas do nosso povo”, acrescentou.

 

AGÊNCIA BRASIL