As cerca de 600 famílias que invadiram um terreno da prefeitura no bairro Jardim dos Pequis não chegaram a um acordo com a Polícia Militar, PM, para a desocupação pacífica da área. Acompanhados de forte aparato policial, dois oficiais de justiça tentaram cumprir o mandado da reintegração de posse da área expedido pela vara de Fazenda Pública e Autarquia, na manhã desta terça-feira, 15.

Oficiais de justiça e PM tentam desocupação pacífica com famílias / Foto: Alan Junio

Representando todos que levantaram barracos no terreno, três famílias foram qualificadas no mandado, mas uma delas não quis assinar o documento. Enquanto a Polícia Militar, PM, tentava um acordo para o cumprimento da ordem judicial, (vídeo abaixo) uma equipe de 17 pessoas da secretaria de Assistência Social cadastrava as famílias para averiguar os que preenchem requisitos para a participação em programas sociais.

Representantes da Assistência Social cadastram famílias / Foto: Alan Junio

O recém inaugurado Centro de Esportes Unificado, CEU, está servindo como base para que os dados das famílias sejam coletados. O subcomandante do 25° Batalhão, Major Marcelo, esteve à frente da negociação com os invasores e não descartou o uso da força para que o mandado fosse cumprido. “Como vocês não querem deixar o local pacificamente, a PM vai montar uma operação para cumprir a ordem judicial”, avisou. A operação será estudada e contará com cães, tropa de choque e até um helicóptero, caso aconteça.

Algumas famílias já deixaram o terreno / Foto: Alan Junio

No final da manhã várias famílias já haviam desmontado acampamento e deixado a área. Apesar de algumas pessoas “de bem” terem invadido o espaço, muitos aproveitadores também cercaram seus “lotes”, informou a polícia. “A gente tem a informação de que têm pessoas vendendo lotes aqui na invasão”, denunciou o Major.

Oficial de justiça mostra mandado de reintegração de posse às famílias / Foto: Alan Junio

Uma moradora da área invadida que preferiu não informar o nome confirmou a prática, mas não soube informar quem seria o corretor. “Tem gente vendendo sim. Tem lote de R$ 1.500 e quatro por R$ 800, mas não sei quem é. Mas tem muita gente aqui que realmente não tem para onde ir”, argumenta.

Os militares vão monitorar a área enquanto os representantes do Tribunal de Justiça vão reportar ao Juiz Dr. César Aparecido de Oliveira, que expediu o mandado, sobre a situação. Se em alguns dias a área não for desocupada a operação policial será armada. “É preciso também responsabilidade porque tem muita criança no local. Então vamos tentar a desocupação pacífica até quando for possível”, ponderou a oficial de justiça, Mirna Santulha Garcia.

por Marcelo Paiva