Aposentado recupera lâmpadas queimadas e troca para preservar meio ambiente e ajudar pessoas
- Categoria: Cidades
Você vai pensar várias vezes antes de jogar uma lâmpada queimada fora depois de ler esta reportagem. Isso porque após a aposentadoria como técnico em eletroeletrônica, Paulo Roberto Magalhães começou a dedicar seu tempo ao conserto de lâmpadas de vapor de mercúrio, popularmente conhecidas como eletrônicas.
Aos 60 anos de idade, Paulo definiu dois propósitos claros para nortear o projeto que recebeu o nome de “toma lá da cá”. Preservar a natureza e ajudar as pessoas. Com o retorno das lâmpadas o vapor de mercúrio que compõe o equipamento deixa de contaminar o meio ambiente que levaria 100 anos para se recompor. E a ajuda às pessoas vem através da troca. “A pessoa me traz uma lâmpada queimada e eu dou uma funcionando”, explica.
Para que o “toma lá da cá” não perca a essência, o aposentado não deixa dinheiro entrar no projeto. Com o conhecimento que acumulou ao longo da carreira ele conserta as lâmpadas e faz a troca de graça. “só quero lâmpada, mais nada. Sou a única pessoa que torce para que a lâmpada queime”, brinca.
Como as lâmpadas possuem equipamentos eletrônicos em vários casos há conserto. “Eu desmonto a lâmpada e faço alguns testes. Se o problema for no vidro aí não tem jeito, eu embalo e mando para o fabricante que vai fazer outra com o material. O negócio é não deixar o mercúrio escapar para haver contaminação, aí só depois de 100 anos. Mas se o problema for em algum componente eu troco e conserto”, explica enquanto “ressuscita” outra lâmpada que deixou de ir para o lixo.
O aposentado trabalha em uma pequena oficina que montou nos fundos da casa onde mora no bairro Bela Vista. Ao abrir a porta do local de trabalho todos os dias a primeira coisa que vê é uma mensagem na parede com os dizeres: onde estiver, seja útil. “Esse é meu lema, a pessoa não pode só dar prejuízo na dispensa”, acredita.
Além de lâmpadas para consertar Paulo Roberto quer fazer outra coisa para que seu projeto não pare pelo caminho. “Quero ensinar as pessoas a fazer isso porque se eu morrer amanhã o projeto vai continuar”. Por isso ele está à procura de instituições de ensino profissionalizante para dar aulas a alunos de eletrônica para ensinar os macetes e técnicas para quem queira seguir o mesmo caminho.
Os interessados em conhecer mais do trabalho e, principalmente fazer doações de lâmpadas para conserto podem entrar em contato com Paulo Roberto pelo telefone 9998-6563.
Por Marcelo Paiva