Com saída dos “emprestados” atendimento no Detran está moroso e só com senha
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Quem procurou o Departamento de Trânsito, Detran, de Sete Lagoas nos primeiros meses deste ano percebeu uma deficiência no atendimento ao público. A instituição mantinha, até o fim de 2012, convênio com a prefeitura que cedia 20 funcionários para auxiliar os policiais civis efetivos. Como não houve uma renovação do acordo apenas seis servidores se desdobram para atender a demanda diária do departamento.
Para que a recepção e também o serviço interno não fiquem mais prejudicados, senhas estão sendo distribuídas, 30 pela manhã e 30 à tarde para quem busca a unidade. Depois de atender as senhas no período da manhã, os funcionários fecham os guichês para realizarem as atividades internas, como confecção de Certificados de Registros e Licenciamento de Veículos (CRLV), por exemplo. Diariamente o Detran recebe centenas de pedidos para transferência e emplacamento de novos veículos.
Diante da grande demanda e da falta de mão de obra o resultado são funcionários estressados, sobrecarregados e até ríspidos no atendimento ao público e no trato com o colega. “A gente evita de ir lá dentro porque o pessoal está sem paciência”, diz um investigador.
Uma servidora com 20 anos de profissão, que preferiu o anonimato, diz que “nunca vi isso aqui desse jeito, o clima está horrível. Nem telefonista a gente tem mais”, desabafa. Ciente de que o público não tem nada a ver com a falta de material humano a servidora pede um pouco de paciência para quem for a unidade. “Sabemos que o público merece um bom atendimento, mas está muito difícil. O cidadão, às vezes, perde a paciência, não tiro a razão, mas a gente pede um pouco de compreensão”, completa.
Sobre a não renovação dos contratos dos servidores “emprestados” e também do convênio com a polícia civil, o prefeito Marcio Reinaldo se defende dizendo que foi obrigado pelo Ministério Público a não renovar. “O juiz disse que era inconstitucional (os contratos) e ficamos dois anos na ilegalidade. O Ministério Público está no pé e não podemos contratar para outras instituições”, decretou.
No total aproximadamente 400 funcionários que eram contratados foram retirados de várias instituições. Com a falta de perspectiva para a resolução do problema, quem precisar da unidade deve fazê-lo com bastante tranquilidade e tempo.
Por Marcelo Paiva