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Flanelinhas são “donos” do espaço público nos dias da Exposete

Além dos R$ 40 do ingresso, R$ 4 pela lata de Bavaria e mais R$ 20, preço do estacionamento oficial do evento. Quem vai a Exposete não tem a opção de parar o carro em uma das ruas no entorno do parque de exposição sem custo. O que era para ser espaço público se torna motivo de briga pelos incontáveis flanelinhas que disputam as “vagas” que, teoricamente, eram para ser de todo mundo. 

À noite flanelinhas ocupam a rua Nelson Dias dos Santos / Foto: Marcelo PaivaÀ noite flanelinhas ocupam a rua Nelson Dias dos Santos / Foto: Marcelo Paiva

Durante a sexta-feira (10), a reportagem do Sete Lagoas.com.br permaneceu das 20h30 às 22h na rua, Nelson Dias dos Santos, uma das principais de entrada do parque de exposições. Assim que paramos o carro, pelo menos cinco flanelinhas disputavam nossa atenção perguntando se além da vaga, estávamos precisando de ingresso.

No período de uma hora e meia contamos mais de 20, entre flanelinhas e cambistas, no espaço de um quarteirão apenas. “Enquanto não sair todos os carros daqui a gente não vai embora”, garante um deles, que não se identificou e exige R$ 10 antecipados e mais R$ 10 na volta. Vamos chama-lo de João na matéria. Em certo momento uma discussão acalorada, entre cinco flanelinhas, por uma vaga deixou um motorista com medo que foi procurar outro local para estacionar o carro.

Em conversa com João descobrimos que todos são “profissionais do ramo”. “Onde tiver festa a gente vai, aqui tem gente de contagem, Betim e Belo Horizonte ‘trabalhando’. Aquele ali paga a prestação do carro dele, tomando conta e vendendo ingresso nas exposições”, explica João apontando para um companheiro à frente. 

No período em que estivemos na rua duas viaturas da PM passaram pelo local sem incomodar o trabalho dos flanelinhas. Perguntado se não tinham medo da atuação da Polícia João explica que “eles não podem ver a gente negociando preço com o motorista, se não, dá problema, fora isso não tem perigo”, diz. 

Em entrevista ao Sete Lagoas.com.br o Cel Sílvio, comandante do 25° batalhão, afirmou que “é difícil coibir esse trabalho por falta de flagrantes. É um problema social porque a atividade é irregular”, disse o comandante na oportunidade. Enquanto a cultura não mudar quem quiser participar de festas e exposições estará sempre a mercê de flanelinhas que, na maioria das vezes, recebem adiantado e nem sempre ficam até o final do evento.

Por Marcelo Paiva



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