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Mega operação da Polícia Militar cumpre reintegração de posse no Jardim dos Pequis

Era por volta das 7h desta terça-feira, 2, quando um comboio com 278 militares divididos em várias viaturas chegaram ao bairro Jardim dos Pequis para cumprir o mandado de reintegração de posse e desocupar a área de 123.631 metros quadrados que pertence ao município e estava ocupada há pouco mais de três meses. Até um helicóptero foi empenhado na operação que contou com cavalos, cães e militares de várias companhias, entre elas o Choque e a Rondas Táticas Metropolitanas, Rotam, de Belo Horizonte. Com o auxílio dos Bombeiros, Meio Ambiente, Guarda Municipal e Ministério Público, o efetivo total da operação foi de 370 homens. 

Máquinas derrubaram os barracos que estavam na área / Foto: Alan JunioMáquinas derrubaram os barracos que estavam na área / Foto: Alan Junio

Enquanto caminhões da prefeitura recolhiam móveis e eletrodomésticos dos moradores que invadiram a área, tratores derrubavam os barracos de lona e alvenaria para desespero de quem resistiu e não deixou o local quando a PM fez a notificação que o espaço seria reintegrado. Aos prantos, Sílvio Braga, lamentou os R$ 2 mil empenhados em materiais de construção depois que o trator derrubou o barracão de dois cômodos que morava com os três filhos. “Falaram uma coisa e estão fazendo outra. Vou levantar tudo de novo. Pode derrubar que levanto de novo”, esbravejou.

A situação de Sílvio é semelhante a das 744 pessoas que foram cadastradas pela secretaria de Assistência Social que tiveram que abandonar os barracos. A grande maioria alega que está desempregada e que não tem para onde ir. “Você acha que se a gente tivesse para onde ir a gente morava nesses barracos de lona?”, questiona Edivânia Francisca Camila.

Um forte aparato policial foi montado na região / Foto: Alan JunioUm forte aparato policial foi montado na região / Foto: Alan Junio

O Ginásio Vinício Dias Avelar, na Av. José Sérvulo Soalheiro, foi preparado para uma nova triagem das famílias que foram retiradas do terreno. Os móveis e bens foram levados para a Arena do Jacaré e os moradores poderão retirar mediante apresentação de documentos que comprovem a propriedade. O assessor de gabinete da secretaria de Assistência Social, Vero Franklim Sardinha, explicou que as pessoas que não tiverem para onde ir, “no último caso, ficarão abrigadas no ginásio”.

Ainda segundo Vero, “muitas famílias possui local para onde ir e vamos fazer o encaminhamento e uma nova triagem. Muita gente veio de outros municípios e outros se desentenderam com os familiares e saíram de casa. Mas realmente há pessoas que não tem para onde ir. Nesse caso vamos dar toda assistência. Vamos estudar caso a caso”, garante.

Moradores recolheram alguns bens e eletrodomésticos / Foto: Marcelo PaivaMoradores recolheram alguns bens e eletrodomésticos / Foto: Marcelo Paiva

De acordo com um trabalho de inteligência feito pela PM, 744 pessoas estão cadastradas na secretaria de Assistência Social o que corresponde a 230 famílias. Segundo o relatório, 40 famílias estavam no terreno invadido quando a PM chegou para reintegrar a área e apenas 12 ficam no espaço o dia todo, o restante vai ao assentamento apenas para dormir. Mulheres, crianças e idosos são maioria e correspondem a 65% da população que invadiu o terreno.

A responsável pelo setor de comunicação da PM, Cap. Danúpia Lopes, acredita que o trabalho vai durar o dia todo. Até o fim da manhã nenhum tipo de violência ou pertubarção da ordem foi registrado pelos policiais que não precisaram deter ninguém na reintegração que segue pacífica. Quando o trabalho for finalizado a Guarda Civil Municipal terá o apoio da PM para evitar que novas investidas aconteçam. 



Por Marcelo Paiva



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