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Coluna / Esportes Livres / Monte Roraima, por Gustavo Ganzaroli

Relato da subida ao Monte Roraima Parte 1

Bom, pra falar do Monte Roraima não é uma tarefa fácil e tudo que irei descrever não será nada comparado ao estar lá, as sensações são indescritíveis. Além do mais são muitas histórias e estórias que povoam o local, então vou me ater a um simples relato de como foi minha experiência pessoal, analisar de um ponto de vista crítico como ecólogo que sou e vou dar algumas dicas e um roteiro básico para quem deseja ir para lá.

Foto: Gustavo Ganzaroli MahéFoto: Gustavo Ganzaroli Mahé

O Monte Roraima, assim como o Kukenam que fica bem ao seu lado, fazem parte de um conjunto de vários “Tepuys”, que são formações que se elevam na paisagem plana da “Gran Sababana” em formato de Mesas ou urnas. Estas rochas são as mais antigas do mundo, possuem uma coloração rosada e são tingidas por uma tonalidade escura e negra por causa dos liquens e musgos.

No topo o relevo não é tão plano como parece, há diversos vales, riachos e muitas rochas moldadas e esculturadas pela ação do tempo, criando grutas, labirintos e assumindo formas de rostos e bichos. Lá cresce uma vegetação única, com uma grande variedade de orquídeas, bromélias e várias espécies de plantas carnívoras. Parece que foi tudo decorado por um grande mestre paisagista, a composição de bromélias, rochas, flores, águas claras e cristais são um convite a reflexão e contemplação.

É um local que te coloca sempre a meditar, concentrado nas caminhadas que duram de 2 a 6 horas por dia, o silêncio é cortado apenas pelos fortes ventos e pela chuva, você fica literalmente nas nuvens. A paisagem no alto é incrível, muito diferente de tudo, parece que estamos em um outro mundo pré-histórico com plantas primitivas, parece que em algum momento vai sair um Pterodáctilo voando de algum lugar.

Se você for um dia, esteja preparado para ter bolhas nos pés, assaduras, cansaços, pisar na lama, pular entre pedras, descer e subir vales, sentir dores nas pernas e joelhos. Todos os extremos estão por lá, frio, chuva, sol, rajadas de vento e tudo mais. É sempre bom não ultrapassar seus limites, tome bastante cuidado nas caminhadas, tenha muita cautela para não se machucar, o peso da mochila e o cansaço são complicadores e uma torção no pé pode estragar seu passeio. O psicológico também é importante, estar com amigos e pessoas companheiras e cooperativas é essencial.

Aproveite para tirar belas fotos assim que o clima melhorar, pois o sol lá não é muito frequente, os nevoeiros tomam conta da paisagem muito rápido e cuidado para não molhar seu equipamento ou se perder pelas trilhas, esteja sempre acompanhado de um bom guia local.

Gustavo Ganzaroli Mahé é ecólogo, especialista em projetos socioambientais, está fazendo mestrado em Ciências de Florestas Tropicais na Amazônia.

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Max Tadeu 
Aldeia Interativa / Esportes Livres
esporteslivres@esporteslivres.com.br



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