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Professores da UFMG cobram mais investimentos e iniciam greve por período indefinido

A greve dos servidores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que teve início nesta segunda-feira (15 de abril), não possui uma data definida para seu término. Professores e funcionários administrativos optaram por interromper suas atividades em busca de um aumento salarial e de outras medidas por parte do Governo Federal. Uma mesa de negociação está agendada para sexta-feira (19).

Foto: Video PressFoto: Video Press

A decisão de paralisação foi tomada na semana passada. De acordo com o Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (Apubh), na manhã de segunda-feira (15), as faculdades de Direito, Arquitetura e Saúde registraram uma menor movimentação. O sindicato não divulgou o índice de adesão à greve nem o número de alunos afetados. A categoria reivindica mais investimentos, além do aumento salarial e da reestruturação de carreiras.

"A universidade pública é responsável por mais de 90% da pesquisa neste país. Sem recursos, a pesquisa não pode progredir. Temos também outras demandas. A ausência de uma data-base para reajuste salarial é problemática, pois implica que todo ano precisamos implorar ao Governo para que se sente à mesa de negociação", explica Maria Rosária Barbato, presidente do Apubh.

Segundo Barbato, a reitoria da UFMG estipulou um orçamento de R$ 230 milhões para este ano. No entanto, esse valor, segundo ela, é insuficiente para cobrir os projetos e pesquisas em andamento. "Nos últimos anos, as universidades têm enfrentado grandes perdas. Chegamos a um ponto em que algumas universidades anunciaram que fechariam devido à falta de recursos. Embora a situação esteja um pouco melhor agora, ainda não atingimos o nível necessário", destaca.

Próximos passos

Ainda nesta segunda-feira (15), uma reunião será realizada para determinar os próximos passos da greve. É esperado que sejam definidos quais setores da universidade não poderão parar suas atividades por serem considerados serviços públicos essenciais.

"Será considerada a educação básica, que é obrigatória, as decisões sobre bolsas que podem ser perdidas se não forem oferecidas neste momento, e os hospitais, onde há pessoas em tratamento de hemodiálise. Todas essas questões serão ponderadas", explica Maria Rosária.

Na quarta-feira (17), às 16h, está programada uma audiência pública sobre a greve na Câmara dos Deputados, em Brasília. No dia seguinte, os servidores da UFMG devem participar da Marcha dos Servidores Públicos Federais, na capital federal. A próxima mesa de negociação está agendada para sexta-feira (19), mas o local e horário ainda não foram definidos.

Márcio Gonçalves Vieira Junior, estudante de Direito da UFMG, de 19 anos, observa o cenário com preocupação e expectativa. Ele relata que, pelo menos por enquanto, as aulas estão sendo ministradas normalmente. O impacto mais perceptível, segundo ele, está nos outros setores.

"Houve uma redução. Parece que houve problemas em algumas coordenações. E em outros prédios, parece que há menos funcionários também", relata. O estudante apoia as reivindicações dos professores e reconhece a legitimidade da greve.

Ao mesmo tempo, ele expressa preocupação com os alunos. "São dois lados da moeda. Os professores têm razões justificáveis para a greve. Mas também há o lado dos alunos. Alguns não são de Belo Horizonte e enfrentam dificuldades para retornar às suas cidades. Só espero que a greve seja resolvida o mais rápido possível", conclui.

Da Redação com OTempo

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