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Militar saca arma contra pessoas que o questionaram por estar sem máscara em clínica médica

Um agente reformado da Polícia Militar de Minas Gerais agrediu verbalmente várias pessoas em uma clínica médica na região Centro-Sul de Belo Horizonte na manhã desta segunda-feira (26). Ele também sacou uma arma e ameaçou atirar contra os presentes após ser questionado por estar sem máscara de proteção contra a Covid-19 dentro do ambiente.

Ex-PM saca arma e ameaça pessoas que o questionaram por estar sem máscara em BH - Foto: Arquivo pessoalEx-PM saca arma e ameaça pessoas que o questionaram por estar sem máscara em BH - Foto: Arquivo pessoal

O homem portava uma pistola calibre .380. A reportagem teve acesso a vídeos que mostraram as atitudes dele, além de ter conversado com duas das vítimas. Apesar das tentativas, não foi possível entrar em contato com o militar da reserva, nem com representantes legais dele.

Um agente reformado da Polícia Militar de Minas Gerais agrediu verbalmente várias pessoas em uma clínica médica na região Centro-Sul de BH nesta segunda. Ele também sacou uma arma e ameaçou atirar contra os presentes após ser questionado por estar sem máscara dentro do ambiente.

As agressões começaram quando uma mulher, que pediu para não ser identificada no texto por receio de represálias, questionou o policial aposentado por ele não estar usando máscara dentro do espaço, que é fechado.

Em Belo Horizonte, não portar o item de proteção em quaisquer ambientes públicos é contravenção punida com multa. Ela narra que, logo após a pergunta, o homem “reagiu muito agressivamente”. Dentre palavras de baixo calão e ameaças, afirmou que ela nada tinha “a ver com a vida dele”, e saiu da clínica.

Pouco depois, ele retornou, com a máscara no rosto – que, nas imagens, é possível ser vista com uso incorreto, expondo o nariz – e seguiu agredindo as pessoas que estavam no local. A secretária do espaço relatou à mulher que ela já havia pedido a ele que usasse o item de proteção obrigatório. Na volta, ele alegou que “tinha problemas” e, por isso, não poderia usá-la. Um outro homem, que aguardava em fila para ser atendido em uma clínica vizinha, ouviu as agressões e foi até o local para garantir que o militar não batesse na vítima.

De acordo com ele, que também pediu para não ser identificado, o policial reformado saiu da clínica, pegou a máscara em um carro estacionado próximo à unidade de saúde, e “voltou a agredir” a mulher.

“Começou a xingar ela, mandou tomar ‘naquele lugar’, chamou de p#&%. Fiquei na porta olhando para ver se ele ia agredir ela fisicamente. Não me importei muito com os xingamentos contra mim, mas fiquei aborrecido com o que ele fez contra uma mulher”, disse.

Nesse momento, o homem elevou as provocações, e começou a instigar que a testemunha entrasse em confronto físico contra ele. “Quer caô, pula em mim. Você não é machão?”, afirmou o policial, quando sacou a arma. O rapaz que acompanhou a cena não recuou, e o agressor continuou exaltado.

Ele entrou novamente no espaço, com a pistola em punho, e afirmou que era policial. Minutos depois, guardou a arma na cintura e alegou estar passando por “estresses emocionais” e, por isso, perdeu o controle.

“Disse que ele tem que manter a calma, a ordem, e não o contrário. Isso aconteceu. Ele continuou falando, saiu andando e sumiu. Um amigo dele foi lá, pegou o veículo, foi na outra esquina, e foram embora. Ele disse que ia dar um tiro na minha cara, falou isso. Ele se inibiu depois que viu a câmera gravando”, continua a testemunha.

A mulher, vítima primária das agressões, conta que a secretária da clínica viu documentos que atestavam que ele era policial. “Pelos documentos, ela viu que ele é policial. Gravei um vídeo desse momento dele pegando a arma. Estava com medo de ele me ver gravando. Gravei, ele disse que não tinha nada a esconder. Ele me falou o nome dele. Estávamos bem, na medida do possível. Tenho medo de registrar um Boletim de Ocorrência (BO) por represálias”, desabafou.

O carro, cuja reportagem teve acesso à placa, está registrado em nome de uma mulher, a qual não se sabe se é parente do homem. O TEMPO pediu um posicionamento para a Polícia Militar, questionou se há processos administrativos contra o policial reformado, e pediu confirmação da filiação anterior dele à corporação, apesar de a informação ter sido assegurada por outras fontes. Ainda não houve retorno.

O policial reformado tem, ao menos, 17 processos cíveis no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por variadas razões. Os advogados que trabalharam em sua defesa foram procurados, mas a reportagem não conseguiu contato com nenhum.

Com O Tempo



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