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Aulas na rede estadual voltam na próxima semana de forma não presencial e com reforço

Além dos Planos de Estudos Tutorados (PETs) e das aulas ao vivo transmitidas pela Rede Minas, as atividades da rede estadual de ensino serão retomadas na próxima segunda-feira (8) com implantação de reforço escolar para os estudantes que tiveram mais dificuldade no ano passado e utilização da ferramenta Google Sala de Aula, que vai permitir a interação entre alunos e professores por vídeo.

Aulas na rede estadual de Minas continuam em sino remoto (imagem ilustrativa) — Foto: Haidan / Unsplash / DivulgaçãoAulas na rede estadual de Minas continuam em sino remoto (imagem ilustrativa) — Foto: Haidan / Unsplash / Divulgação

As novidades foram anunciadas nesta terça-feira (2) em entrevista coletiva da Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG).

Nesta quarta-feira (3), os gestores e professores e o pessoal administrativo das escolas retornam ao trabalho e iniciam os preparativos para receber os alunos na próxima semana. Entre os dias 8 e 12 de março, as unidades vão se dedicar a atividades de acolhimento dos estudantes.

As aulas começam a ser transmitidas pela Rede Minas em 15 de março, mesmo dia em que os discentes voltam a trabalhar com os PETs.

Neste ano, os materiais – distribuídos on-line e também de forma impressa para alunos com dificuldade de conexão à internet – serão bimestrais, e não mais mensais. Os PETs serão considerados na contagem de carga horária dos estudantes.

De acordo com a subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica, Geniana Guimarães Faria, as apostilas foram aprimoradas. Em 2020, professores detectaram erros ortográficos e de conteúdo nas atividades.

"Nós iniciamos o PET de forma bastante rápida no ano passado. Ao longo do ano, ele foi sendo muito melhor estruturado. Tivemos a contribuição de universidades e ampliamos a equipe de professores na elaboração desses materiais", diz Geniana.

Para melhorar a interação entre alunos e professores, a plataforma Google Sala de Aula será incorporada ao aplicativo Conexão Escola e terá navegação patrocinada pelo governo do estado.

A orientação da SEE-MG é que os docentes fiquem on-line no aplicativo no momento da aula, disponíveis para conversar com os estudantes e postar atividades.

"A maior demanda da rede foi, no Conexão Escola, a melhoria da interação online de aluno e professor, muitos professores indicaram que o chat era uma situação muito sensível de comunicação, e nos tornamos, então, uma das primeiras redes do Brasil a prover o Google Sala de Aula para professores, diretores e estudantes, com navegação gratuita para o usuário", disse a secretária estadual de Educação de Minas Gerais, Julia Sant’Anna.

Segundo ela, os estudantes terão acesso à ferramenta a partir do dia 8 de março.

Reforço escolar

A partir de 31 de março, a rede estadual vai oferecer reforço escolar para 100 mil estudantes, com foco naqueles que tiveram baixo desempenho na avaliação diagnóstica, realizada em outubro passado, e encerraram o ano com pendências na entrega dos PETs.

"Temos uma visão por matrícula da vida escolar de cada um desses alunos e vamos buscá-los para essas turmas. Vamos conseguir ver como isso está sendo feito, estimular diretores para que eles tenham esse cuidado e efetivamente tenhamos uma política de acolhimento e apoio aos alunos que tiveram maior dificuldade", diz Julia Sant’Anna.

O foco do reforço serão língua portuguesa e matemática, com turmas para 6º e 9º anos do ensino fundamental e os três anos do ensino médio. Alunos egressos do 3º ano do ensino médio que se sentirem prejudicados também vão poder participar.

Segundo a SEE-MG, a avaliação diagnóstica teve participação de 85,51% dos estudantes do ensino médio, 51,6% dos alunos dos anos finais do ensino fundamental e 83,9% dos discentes dos anos iniciais do ensino fundamental.

Ensino híbrido

A Advocacia Geral do Estado (AGE) está em contato com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para a retomada das atividades presenciais na rede estadual, por meio do modelo híbrido. Mas isso ainda não tem data para ocorrer.

As escolas da rede estadual de Minas Gerais foram fechadas no dia 18 de março e, dois meses depois, as atividades foram retomadas em regime remoto. O estado chegou a anunciar o retorno das aulas presenciais para 19 de outubro de 2020, mas a Justiça não permitiu.

Segundo Julia Sant’Anna, as escolas estão sendo preparadas para receber os alunos, e cada diretor está aplicando um check-list para garantir a infraestrutura necessária nas unidades.

No total, 713 instituições estão prontas, das quais 398 atendem aos anos iniciais do ensino fundamental. Dessas, 227 estão na onda amarela do Minas Consciente.

"A gente identifica esse momento como muito crítico (em relação à pandemia), mas também compreende que o estado é muito grande. Em algumas localidades, a situação é muito menos grave do que em outras", diz a secretária.

No modelo híbrido proposto pelo estado, as atividades presenciais só podem ser retomadas em municípios na onda verde ou amarela do Minas Consciente. Deve haver distanciamento de 1,5 metro entre as carteiras.

Nas cidades que estiverem na onda amarela do programa, as aulas serão destinadas, inicialmente, a alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. Em municípios na onda verde, não haverá restrição de séries.

Caso haja retrocesso para a onda vermelha do Minas Consciente, as aulas presenciais continuam, mas as restrições aumentam, e a distância entre as carteiras passa a ser de 3 metros.

Julia diz que a SEE-MG tem interesse de que as escolas sejam visitadas, mediante agendamento, para dar segurança à sociedade.

Na semana passada, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) informou que criaria um comitê de fiscalização para demonstrar a real situação das unidades. Na avaliação da entidade, não há condições para a reabertura.

"A gente gostaria muito que as nossas escolas tivessem realmente esse procedimento de visita, porque as famílias precisam estar seguras para esse processo, precisam ver que toda a adaptação necessária está sendo feita. O mais importante agora é conseguir passar tranquilidade de que nossas escolas estão preparadas", conclui a secretária.

Ela lembra que a decisão de abrir ou não as escolas será das prefeituras, e a presença dos alunos nas unidades não será obrigatória.

Investimentos

A SEE-MG vai investir R$ 260 milhões nas escolas. Em torno de R$ 170 milhões serão destinados à duplicação do valor aplicado pelo governo de Minas na merenda escolar.

Enquanto não houver aulas presenciais, o dinheiro será aplicado em kits alimentação, mas com o dobro do recurso estadual a partir de agora. A verba chega na próxima semana às escolas.

Outros R$ 90 milhões serão investidos na manutenção das unidades.

"A partir de semana que vem, os gestores vão receber questionários para apontar as necessidades das escolas. Esse recurso será destinado a manutenções e pequenos reparos, como adequações da rede elétrica e pintura", explica o subsecretário de Articulação Educacional, Igor Alvarenga.

Prêmios

A SEE-MG criou também o Prêmio Escola Transformação, que vai destinar um total de R$ 90 milhões a até 900 instituições do estado.

Serão reconhecidas, por exemplo, unidades em que houver maior participação dos estudantes na avaliação diagnóstica e maior adesão dos professores ao Google Sala de Aula.

O resultado das avaliações diagnósticas e a entrega dos PETs também serão avaliados. Além disso, unidades que obtiverem variação positiva no próximo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) serão reconhecidas.

As regras serão publicadas no dia 12 de março.

Com G1

 



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