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Saúde Estadual avalia 987 amostras de produtos alimentícios

A Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde (SES) processou, de março de 2008 a março de 2009, 987 amostras de 22 tipos de alimentos, para ensaios microbiológicos, físico-químicos, rotulagem e outros, de acordo com a legislação pertinente a cada tipo de produto. Os resultados apontaram que 12% dos produtos apresentaram riscos microbiológicos, 1% riscos químicos e 20% tinham desvios de qualidade.

Além disso, grande maioria dos produtos - 74% das amostras - não atende à legislação quanto à apresentação das informações nutricionais obrigatórias na rotulagem. Estas desconformidades estão relacionadas à apresentação da tabela nutricional em desacordo com os preceitos estabelecidos no regulamento técnico e com a menção de vocábulos não autorizados, que induzem o consumidor a erros ou engano, entre outros.

Os produtos que representaram riscos à saúde foram interditados e os fabricantes respondem a processo administrativo, conforme o Código de Saúde do Estado de Minas Gerais.

Segundo a gerente de Vigilância Sanitária de Alimentos, Cláudia Parma, os resultados indicam a necessidade de melhorias na qualidade higiênica dos alimentos, devendo haver maior preocupação dos produtores e das indústrias de alimentos em adotar boas práticas em toda cadeia produtiva, incluindo a distribuição e comercialização dos produtos.

"É preciso também mais rigor por parte dos fabricantes em adequar os produtos ao Padrão de Identidade e Qualidade e aos dizeres de Rotulagem estabelecidos em lei, em respeito aos direitos dos consumidores a produtos de qualidade e às informações sobre o que se consome", afirma Cláudia Parma.

Riscos microbiológicos

Os riscos microbiológicos foram encontrados em 12% do total de amostras analisadas. Os valores encontrados nestes produtos são inaceitáveis, por colocar em risco a saúde do consumidor. Estes riscos demonstram falta de higiene do processo de produção e manipulação dos alimentos e podem ser controlados pela adoção de boas práticas de higiene e de conservação, em toda cadeia produtiva.

Os produtos que mais apresentaram riscos microbiológicos foram o leite e derivados. Foram encontrados os seguintes percentuais de desconformidades para as análises microbiológicas: 19% das amostras de leite em pó, 19% das amostras de leite pasteurizado, 4% das amostras de requeijão/mussarela. Das 28 amostras de Queijo Minas Frescal / Ricota, 39% apresentaram E. coli, o que denota a presença de fezes nas amostras analisadas e o alto risco sanitário presente nestes produtos. A baixa qualidade da matéria prima (leite) compromete a qualidade dos produtos derivados do leite.

Das 11 amostras de vegetais folhosos minimamente processados identificadas com risco biológico, foi constatada a presença de Coliformes a 45° C em 55% das amostras e a presença de vermes (helmintos e nematódeos) em 10 % das amostras. Considerando que estes vegetais foram previamente higienizados e se apresentam prontos para consumo, é inaceitável o resultado encontrado.

Foram analisadas 55 amostras de especiarias. Destas, 17 (31%) apresentaram risco microbiológico, sendo detectada a presença de sujidades, parasitos e larvas em 22% das amostras. Estes produtos são utilizados como tempero, sem nenhum tratamento térmico, contaminam os alimentos, podendo desencadear um processo de reprodução microbiana e causar surtos de toxinfecção alimentar.

No caso dos amendoins, a identificação de toxinas produzidas por fungos (Aflatoxinas) em 17% das amostras, preocupa pelo alto risco sanitário que representa e pelo alto consumo deste produto pela população. As micotoxinas provocam profundas alterações orgânicas como hemorragias, imunodepressão, lesões agudas e crônicas nos hepatócitos, podendo levar ao câncer hepático, além de efeitos teratogênicos e mutagênicos.

Riscos químicos

Teores de nitrato/nitrito em quantidades acima do limite permitido foram detectados em duas amostras de produtos lácteos requeijão/mussarela e em uma amostra de água mineral. Em uma amostra de achocolatado esta substância foi identificada, embora o seu uso não seja permitido.

Os principais riscos toxicológicos associados à ingestão de íons nitrito e nitrato são: produção de metahemoglobina, principalmente na população infantil, e formação de compostos N-nitrosos, que são cancerígenos.

Todas as amostras de água mineral foram avaliadas quanto aos teores de metais pesados, sendo uma amostra condenada pela presença de chumbo. O chumbo produz efeitos sobre processos bioquímicos, afeta a síntese de heme, o sistema hematopoiético e a homeostase do cálcio, interferindo nos processos celulares, sobre os sistemas nervoso e cardiovascular, os rins e o fígado, bem como efeitos sobre a reprodução. Os ossos são os maiores depósitos de chumbo no organismo.

Desvios de qualidade

Os alimentos que apresentam desvios de qualidade são aqueles em desconformidade com os padrões de qualidade e identidade dos produtos estabelecidos pela legislação vigente. Os valores detectados foram altos no leite em pó, no leite pasteurizado (78% das amostras) e 92% no leite UHT. No pão de forma “light” (67% das amostras), produtos lácteos (requeijão e mussarela) e queijo Minas Frescal (39 % das amostras), café torrado e moído e alimento para praticante de atividade física (31 % das amostras).

Na maioria das vezes os desvios de qualidade não representam riscos à saúde, podendo sugerir adulteração, fraude ou má qualidade da matéria prima, que podem causar perdas dos valores nutricionais e econômicas. São exemplos destas desconformidades as variações na porcentagem de gordura das amostras de leite e a presença de amido no café torrado e moído, bem como nas especiarias.

Veja em imagens tabela dos produtos analisados

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 Agência Minas



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