Menu

Hortaliças tradicionais voltam à mesa em Minas Gerais

  • Categoria: Minas
  • A+ A A-
Araruta, beldroega, jacatupé, ora-pro-nóbis, taro. Estranhos para muitos, esses nomes identificam hortaliças tradicionais e muito nutritivas, que, entretanto, estão a cada dia se tornando mais raras nas mesas brasileiras. Para evitar seu desaparecimento e incentivar o uso pelas comunidades locais, a Emater-MG, em parceria com a Epamig, a Embrapa e o Ministério da Agricultura, está desenvolvendo duas unidades experimentais de multiplicação de material vegetativo, em Prudente de Morais e em Três Marias, na região Central do Estado, com 150 metros quadrados cada.

 
O coordenador estadual de Olericultura da Emater-MG, engenheiro agrônomo Georgeton Silveira explica que os Bancos de Acesso a Hortaliças Tradicionais, também conhecidos como Bancos de Germoplasma, têm como objetivo garantir a multiplicação controlada de diversas espécies vegetais. "É um repositório de material genético dessas plantas tradicionais e possibilita o controle de qualidade, acesso e a multiplicação de sementes e partes vegetativas dessas hortaliças. Nos bancos, são registrados os doadores do material, além da descrição das plantas, com nome científico e fotos para a correta identificação das espécies", afirma.

Segundo Georgeton, muitos desses produtos, presentes na tradicional cozinha mineira, como o ora-pro-nóbis, estão sendo esquecidos pelos agricultores, por não serem rentáveis do ponto de vista comercial, mas são de fácil cultivo e têm muitas propriedades nutritivas. Podem ajudar a melhorar a alimentação das comunidades locais e também são importantes do ponto de vista cultural, pois representam uma tradição regional", informa o coordenador.

Em outubro de 2008, foram cultivados numa comunidade rural do município de Três Marias cerca de 20 tipos de hortaliças, entre elas ora-pro-nóbis, taioba, azedinha, taro (popularmente conhecido como inhame) e três tipos de batata-doce (alaranjada, roxa e branca), entre outras.

Os próximos passos serão a confecção de uma cartilha com informações como as características de cada planta e os valores nutricionais, cultivo, manejo e formas de consumo, inclusive com receitas, para incentivar o uso na alimentação diária das famílias. "Vamos organizar dias de campo para distribuir as cartilhas e mudas, além de mostrar na prática como cultivá-las", informa Georgeton. Depois de verificada a aceitação das hortaliças na comunidade de Três Marias, o material será distribuído também em Sete Lagoas, para as famílias que participam do programa de hortas urbanas, também desenvolvido pela Emater-MG.

O ora-pro-nóbis é também conhecida em algumas localidades como "carne de pobre", pois tem um alto teor de proteínas _ cerca de 25% da planta, sendo que 85% são facilmente absorvidos pelo organismo humano, como explica o engenheiro agrônomo.

Outra vantagem é a facilidade de cultivo, com baixo custo: "É planta perene (não precisa de novos cultivos a cada ano) e não tem muitas exigências nutricionais. Se adapta a vários tipos de solo e clima. Nos períodos de seca é preciso regar, pois do contrário a planta entra em dormência, mas volta a dar folhas tão logo haja água disponível", ressalta o especialista da Emater-MG.


AGÊNCIA MINAS



Publicidade

O SeteLagoas.com.br utiliza cookies e outras tecnologias para melhorar a sua experiência!
Termos