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Coluna / Tempo Esportivo / Erro de cálculo

Os saudosistas podem esquecer, nunca mais veremos nossos estádios de futebol com aqueles públicos espetaculares, de 80, 90, ou cem mil espectadores. Após as reformas para a realização da Copa do Mundo no Brasil, isso já se tornou um sonho distante, mas há outros fatores que também dificultam ainda mais e tornam essa realidade um ponto praticamente inalcançável!

Jogo do último domingo (26) Atlético contra Caldense placar 0 X 0 / Foto: lancenet.com.brJogo do último domingo (26) Atlético contra Caldense placar 0 X 0 / Foto: lancenet.com.br

Um bom exemplo é o fato ocorrido na decisão do Campeonato Mineiro, no último domingo, quando Atlético x Caldense jogaram e empataram por 0 x 0 no Mineirão: Foram mais de 53 mil pagantes e que proporcionaram uma renda superior a R$ 2,3 milhões ao Atlético. Mesmo assim a diretoria alvinegra ficou insatisfeita, já que o público poderia ser maior, assim como o faturamento com a venda de bilhetes. Tudo por causa de uma decisão da Polícia Militar, que proibiu a comercialização de 4 mil lugares.

Em reunião que aconteceu na sede da Federação Mineira de Futebol durante a semana, a Polícia Militar determinou que o espaço era necessário para dar segurança aos torcedores da Caldense. Assim, o Mineirão recebeu cerca de 700 pessoas em um espaço capaz de comportar quase 5 mil torcedores. Além de inviabilizar a quebra do recorde de público do estádio, o Atlético deixou de faturar cerca de R$ 240 mil, pois a entrada do setor custava R$ 60,00.

Com 53.772 pagantes o Atlético não conseguiu quebrar o recorde de público do novo Mineirão, que pertence ao jogo Brasil 1 x 7 Alemanha, pela semifinal da Copa do Mundo. Naquela ocasião o estádio recebeu 58.141 pessoas. Por outro lado, o recorde de público presente continua com o Atlético. Na final da Copa Libertadores de 2013 foram 58.620 presentes no triunfo sobre o Olímpia, do Paraguai. Às vezes, a falta de bom senso pode se transformar no maior inimigo do ser humano para a definição de determinadas situações!

Um talento que o futebol não conseguiu resgatar

A notícia é antiga, mas como sempre surge um novo capítulo, vale a pena repercutir, até no sentido de alertar aos jovens que sonham um dia em se tornarem jogadores de futebol profissional.

Conforme a imprensa do Rio de Janeiro noticiou, na sexta-feira da semana passada, o atacante Jobson estava pronto para fazer mais um treino pelo Botafogo. Mesmo depois que a Fifa anunciou sua suspensão por quatro anos, acusado de se recusar a fazer exame antidoping quando atuava pelo Al Ittihad, da Arábia Saudita. No entanto, após conversar e receber força dos companheiros, ouviu de René Simões, seu treinador, a instrução de descansar o corpo e a cabeça, em casa, ao lado da família. Seus advogados tentaram, durante a semana, junto à Fifa, o recurso para que ele possa participar do segundo jogo da final do Campeonato Carioca, contra o Vasco, neste domingo.Desde que veio à tona a punição, um colaborador da diretoria do Botafogo – que já era mais próximo a Jobson – foi designado para acompanhar o atacante e minimizar o impacto psicológico da notícia. O isolamento proposital não foi somente de Jobson para com o grupo. A recíproca foi verdadeira e teve como objetivo dar ao atacante a possibilidade de descansar a cabeça até retomar o trabalho.

Este é mais um dos inúmeros capítulos lamentáveis que cercam a vida de um grande atacante, jogador diferenciado dentro de campo, mas que jamais conseguiu se estruturar fora dele, para seguir com sucesso a sua carreira no futebol profissional. Um atleta que parece ter sido programado para dar errado, sempre envolvido em todo tipo de escândalo, indisciplina, envolvimento com o uso de drogas, etc. Talvez, apesar de tudo isso, pelo seu extraordinário potencial técnico, ainda permaneça, em alguns momentos, com a fama justificada de jogador acima da média e goleador implacável. Tem sido sempre assim, mas poderia ser muito diferente e muito melhor!

Há males que vêem para bem, ou há bens que vêem para mal?

Não se trata de querer arrumar desculpas para a eliminação precoce do Cruzeiro nas semifinais do Campeonato Mineiro, perante o seu maior rival, mas tudo na vida tem um lado positivo, basta saber extrair os dissabores! Esse lado pode ser encontrado no tempo de preparação e treinamento que o grupo ganhou após uma maratona de jogos nas últimas semanas. Sem ter que entrar em campo nos dois finais de semana da decisão do Estadual, os jogadores ganharam folgas extras e até os atletas que estão no Departamento Médico estão sendo beneficiados com a paralisação na sequência de partidas.

Técnico do Cruzeiro, Marcelo Oliveira / Foto: guereirodosgramados.com.brTécnico do Cruzeiro, Marcelo Oliveira / Foto: guereirodosgramados.com.br

Desde o fim de março, o Cruzeiro não tinha uma semana inteira para se preparar. Em meio ao calendário apertado dos últimos dias, o tempo poderá se tornar um aliado importante para Marcelo Oliveira conseguir descansar seus jogadores, intensificar os treinamentos e quem sabe aguardar pela recuperação de atletas, algo praticamente impossível desde a reta final do Mineiro.

O próximo compromisso celeste será apenas no dia 6 de maio, contra o São Paulo, pela Libertadores. Até lá, o clube ainda tem esperança de recuperar o atacante Alisson e o centroavante Leandro Damião, ambos titulares de Marcelo, mas atualmente com lesões musculares na coxa esquerda.

Quem sabe se, apesar da frustração da torcida, talvez esse não seja o momento de retomar o caminho do crescimento e recuperar forças para a batalha contra o Tricolor Paulista?

Nesse sentido, pior para o Galo, que vai ter de se explicar contra uma surpreendente Caldense, domingo, em Varginha, quando, depois de muito tempo, um time do interior parece estar mais bem preparado para levantar a taça do Campeonato Mineiro do que o pseudo favorito da Capital. Como se não bastasse, o Atlético ainda terá de administrar o cansaço, já que 72 horas depois estará em campo, diante do poderoso Internacional, em jogo decisivo na Copa Libertadores da América. A aplicação no Sul de Minas terá de ser total, para furar uma defesa que não sofre gols há 08 jogos e dobrar a única equipe invicta no estado em 2015.

As respostas para todas essas questões estarão dentro de campo, entre domingo e quarta-feira e somente após os resultados, todos nós, que de vez em quando gostamos de dar uma de “profetas do acontecido” saberemos quem estava com a razão!



Álvaro Vilaça é formado em Comunicação Social e Marketing, apresentador de TV, narrador e repórter esportivo da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, Diretor de Programação e Coordenador de Esportes da Rádio Eldorado e do Jornal Hoje Cidade. Também é o responsável pela coluna de Esportes do Jornal Notícia e é professor de Negociação, Compras e Marketing das Faculdades Promove de Sete Lagoas. Pós-Graduado em Administração e Marketing.

 



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