Saúde está planejando ações intersetoriais para controle ambiental e químico de pernilongos
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A Secretaria de Saúde se pronunciou na tarde desta sexta, 3, sobre a invasão de pernilongos na cidade e disse que está planejando ações para controle ambiental e químico. De acordo com a assessoria de comunicação da Saúde, uma reunião, realizada no dia 30, contou com representantes das Secretarias de Saúde, Meio Ambiente, Obras, Codesel, Vina, SAAE e equipe do gabinete do vice prefeito, para organizar uma ação intersetorial.
A utilização do fumacê não está nos planos da secretaria, por se tratar de um produto tóxico, que pode causar desiquilíbrio ambiental e resistência do inseto, conforme explicou o entomologista pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Walter Matrangolo, veja AQUI. A secretaria lembra que o fumacê deve ser utilizado em último caso, para conter grandes epidemias.
Confira na íntegra o comunicado oficial enviado pela Médica Veterinária, Superintendente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Márcia Cristina V. B. Costa.
"Para responder a matéria é necessário o entendimento sobre a fisiologia da reprodução do culex:
O pernilongo comum é diferente do mosquito transmissor da dengue. O Culex se reproduz em água suja parada ou com pouca correnteza e tem hábitos noturnos. Já o Aedes prefere água limpa parada e tem hábitos diurnos, pica as pessoas durante o dia.
Com o enorme período de estiagem os leitos dos rios e córregos sofreram uma baixa significativa propiciando a formação de poças (água parada) que aliado à quantidade excessiva de matéria orgânica e entulhos forma o ambiente propicio para sua reprodução, a qual é facilitada também pela alta temperatura desta época do ano.
Medidas importantes e de impacto coletivo são o saneamento urbano e a drenagem de banhados. Medidas contínuas de controle ambiental e químico aliadas a uma campanha educativa bem planejada devem ser efetivadas.
O controle ambiental consiste em modificar o ambiente, tornando-o pouco propício para a sobrevivência dos mosquitos, como por exemplo, tomando-se medidas de saneamento básico e na eliminação de criadouros, naturais ou artificiais, transitórios ou permanentes (eliminação correta de entulhos e lixo), mas caso o fator educativo não seja satisfatório, corre-se o risco de voltar a situação anterior à das campanhas de erradicação dos vetores.
A população deve entender que tem papel fundamental neste processo.
Com relação ao controle químico, a utilização do “fumacê” não está indicada – o produto é tóxico e quando aplicado indiscriminadamente causa um desiquilíbrio ambiental e uma resistência do inseto – é utilizado em último caso para conter grandes epidemias de doenças transmitidas por estes vetores.
As ações de controle da fase larvária do mosquito do Gênero Culex (pernilongo) é realizada com a aplicação in loco de larvicidas biológico (específico para esta fase de vida do mosquito Culex).
A aplicação de inseticida para controle da fase adulta do mosquito Culex (pernilongo) deve ser feita em toda a vegetação marginal do córrego, com equipamentos nebulizadores de Ultra Baixo Volume (UBV) a frio, diariamente, pela manhã e final de tarde, visando a diminuição do inseto adulto e amenizando, desta forma, o incômodo para a população do entorno.
Ações de controle ambiental e químico foram discutidas em reunião esta semana (30/09) e estão sendo planejadas. A ação será intersetorial envolvendo Secretarias de Saúde, Meio Ambiente, Obras, Codesel, Vina, SAAE e equipe do gabinete do vice prefeito.
A Dengue no momento está sob controle. Tivemos este ano 560 notificações sendo 63 casos positivos, com um índice de infestação larvário de 0,9%.", explicou a veterinária.
por Juliana Nunes