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Invasão de pernilongos atinge mais de 60 bairros da cidade

As últimas noites têm sido duras para grande parte dos moradores de Sete Lagoas. Além das altas temperaturas  a cidade foi invadida por pernilongos. Uma rápida pesquisa feita pelo SeteLagoas.com.br constatou que a situação está insustentável em pelo menos 60 bairros da cidade.

O entomologista pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Walter Matrangolo explica que no inverno, as temperaturas geralmente são mais baixas, o período de luminosidade é menor e a atividade dos organismos vivos diminui. Quando entra o período mais quente, com a falta de saneamento básico, mau manejo da água da chuva, menosprezo do poder público e da população, que produz muito lixo sem se preocupar com o descarte dos resíduos, a situação se agrava.


Fábio Nascimento optou pela raquete elétrica para se proteger / Foto: Alan JunioFábio Nascimento optou pela raquete elétrica para se proteger / Foto: Alan Junio

No desespero e em busca de uma noite tranquila, várias alternativas surgem como arma contra os insetos. Raquetes, inseticidas, espirais, aparelhos elétricos com refil ou pastilha. A verdade é que a "turma" parece estar bem mais resistente e não se espanta com qualquer coisa.

Mesmo em residências que ficam fechadas o dia todo os cômodos ficam infestados de pernilongos. De acordo com Matrangolo, possivelmente esses insetos estão vindo da tubulação, do sistema de esgoto.

Um comerciante do bairro Brasília percebeu logo a gravidade da situação. “Vendi em duas semanas o volume de inseticidas que costumo vender em um ano”, contou.

Raquel Oliveira, moradora do bairro Montreal, está assustada com a situação. “Minha casa só tem pernilongo, eu to pensando em sair pra dar mais espaço pra eles, porque parece que a invasora sou eu!”, disse.

“Aqui no Catarina os pernilongos já estão cantando... tá dominado, tá tudo dominado...", ironizou Emerson Dias.

Outros moradores estão preocupados com a possibilidade de um novo surto de Dengue. Alguns moradores começaram a fazer campanhas nas redes sociais a favor da volta do fumacê. Porém, o entomologista ressalta que o fumacê é tóxico, e o veneno atinge a todos de forma negativa, além de induzir à resistência do inseto. Matrangolo cita como boas alternativas óleo para a pele com cravo da Í­ndia e plantas de citronela em vasos, no entorno das residências.

A invasão é fruto da soma de vários fatores. Como exemplo o especialista cita a água represada na obra do Córrego do Diogo. “Se o cidadão fosse consciente cobraria uma ação do órgão público e faria sua parte também. Falta uma política de educação ambiental na cidade”, reforça Matrangolo.

O Culex, popularmente conhecido como pernilongo, também pode transmitir doenças. Margens de córregos são locais ideais para a proliferação do pernilongo. A infestação atinge inúmeros bairros devido ao raio de vôo do Culex, que gira em torno de 5 a 6 quilômetros. De hábitos noturnos, sua picada e zunido são extremamente irritantes.

A Secretaria de Saúde ainda não confirmou se existe um plano de ações especiais para amenizar o problema. O SeteLagoas.com.br está aguardando o comunicado oficial.

por Juliana Nunes



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