Comandante do 25° Batalhão faz balanço da atuação da polícia na cidade
- Categoria: Polícia
Há quase cinco meses no cargo de comandante do 25° Batalhão da Polícia Militar de Sete Lagoas, o Tenente Coronel XX, em entrevista ao site SeteLagoas.com.br, faz um balanço da atuação da PM na cidade e também avalia o avanço do consumo de drogas no município. Para o Tenente coronel, assim como em outras cidades, Sete Lagoas passa por um processo de expansão, que traz coisas boas, mas também ocasiona o aumento do índice de criminalidade.
Site Sete Lagoas: Sete Lagoas ainda é considerada uma cidade do “interior”, ou os dados referentes à violência desmentem a idéia?
Comandante Sergio Luis: A cidade de Sete Lagoas é uma cidade em crescimento. O próprio comportamento das pessoas é de quem mora em uma cidade que está avançando. Mas convém lembrar que Sete Lagoas ainda não é uma metrópole, e por isso eu afirmo que ainda é um lugar tranqüilo de se viver. È claro que o aumento de pessoas gera um aumento de problemas. Um exemplo disso é a questão do trânsito, que hoje está bem mais intenso do que há anos atrás, e isso, conseqüentemente se aplica também na questão da violência.
SSL: Qual o motivo do número de as apreensões por envolvimento com drogas estarem avançando em Sete Lagoas? A cidade está se tornando um ponto de referência para venda de drogas ou a movimentação é normal para uma cidade com este porte?
CSL: Os dados referentes às drogas podem ser interpretados de duas maneiras. Há sim um avanço do número de casos de envolvimento com drogas, mas há também em contrapartida uma maior repressão na cidade. Hoje as drogas são uma modalidade criminosa que nós estamos combatendo insistentemente. Nesse primeiro momento há uma tendência de aumento do registro de ocorrências, mas posteriormente nos teremos uma redução.
SSL: Quais projetos têm sido desenvolvidos para conter o avanço do consumo e venda de drogas?
CSL: O principal programa que nos temos aqui na Polícia Militar é o Proerd, que há alguns dias realizou uma formatura de diversos alunos da rede escolar da cidade. Mas o nosso foco é o mapeamento das áreas mais criticas e conseqüentemente a prevenção quanto ao avanço das drogas.
SSL: Quais crimes são mais freqüentes em Sete Lagoas?
CSL: Existe uma variação. No final de semana nos temos as ameaças à lesão corporal, muitas vezes ligadas ao consumo de bebidas alcoólicas, mas vale lembrar que os diferentes crimes variam conforme o horário e os dias da semana. Uma das técnicas que nos utilizamos para combate e a prevenção pelo monitoramento desses dados. Nós também temos um grande número de registros de crimes contra o patrimônio. Por isso, aproveitamos a oportunidade para alertar as pessoas para que elas se protejam, para facilitar o trabalho da Polícia Militar.
SSL: Como tem sido a atuação dos mais de 170 “alunos-soldados” na operação de Natal, já existe um balanço parcial? Esse modelo será mantido no ano que vem?
CSL: Esse policiamento é praticamente preventivo. A finalidade dessa prática é ocupar os principais corredores da cidade, onde há um maior fluxo de pessoas e assim inibir a prática de delitos. Nós temos tido um resultado satisfatório e temos a oportunidade de ter um curso de segurança técnica na unidade de informação com os militares capacitados para realizar esta prática. O que nós esperamos é que com as mudanças que vem ocorrendo dentro da própria polícia, haja a oportunidade de fazer a mesma operação no ano que vem.
SSL: Em relação ao Olho Vivo, ele é atualmente o melhor sistema de monitoramento utilizado pela polícia? Há outras práticas ostensivas que auxiliem a inibição dos crimes?
Houve um seminário voltado a população, onde a gente pode mostrar os dados de redução da violência, que ficaram entre 19 e 20%. Esse resultado é extremamente positivo para a atuação do trabalho realizado pela Polícia Militar na cidade.
SSL: Porque os problemas voltados ao trânsito ficam a cargo da Polícia Militar? Existe algum projeto para criação do cargo de agentes de trânsito?
CSL: No atual código de transito brasileiro, uma das principais mudanças é a chamada municipalização do trânsito. Hoje a Polícia Militar atua nas fiscalizações do trânsito tanto em infrações estaduais como nas municipais. Um exemplo disso é o acidente. Não posso afirmar, mas pelo que eu tenho conhecimento, a própria secretaria de trânsito está tentando montar um corpo de fiscalização, a exemplo de outros órgãos como BHTrans, Transcon, e outros. Mas enquanto não há esta sinalização a Polícia Militar vai atuar quanto ao registro das ocorrências.
SSL: Em relação ao problema da Serra Santa Helena, o que vai ser feito daqui para frente? A operação deflagrada na semana passada foi resultado de uma investigação?
CSL: Nós tínhamos o acompanhamento das ações no local, que foi motivo de outras ações. No local já foram feitas apreensões de carros e até drogas. È um trabalho que precisa ser realizado, pois além do transtorno causado pelo som alto, há também o consumo de drogas. O que queremos deixar bem claro é que a polícia vai continuar fiscalizando o local, mas que não queremos acabar com a festa de ninguém. O que desejamos é que as festas ocorram dentro das condutas sociais.
SSL: Quais as atividades previstas para o ano que vem? Há possibilidade de aumento do contingente de PMs para a cidade?
CSL: Temos programas como o Proerd, temos a Rede de Visinhos Protegidos e a nossa vontade, já no ano que vem, é promover uma ampliação desse último projeto. È claro que a temos que estudar isso, pois nosso objetivo é melhorar e não perder qualidade. Vale lembrar que o curso técnico que nós formamos não é só para Sete Lagoas, mas sim para toda 14ª Região, portanto, há uma possibilidade de que a maior parte desses alunos se forme, e fique em Sete Lagoas, fato que aumentaria o contingente de policiais na cidade.
Cíntia Rezende
da Redação