Orgulho de Minas: Larissa Mattos e a descoberta do violoncelo

Larissa Mattos fez parte da Orquestra Sinfônica do YouTube, selecionada entre 3 mil músicos do mundo inteiro, ela tocou no Carnegie Hall, em NY.

A história do fascínio de Larissa Mattos pelo “cello” começou como um amor a primeira vista. Aos 14 anos, morando com a mãe e a irmã, a adolescente se preocupava em ajudar em casa e encontrar um rumo na vida. A escolha de uma carreira, que para muitos vem com o tempo, com a proximidade, com o contato com a profissão, para ela veio de um filme alugado ao acaso. Ao fim de Hilary e Jack, que conta a história a violoncelista Jaqueline du Pré, Larissa já sabia o que queria fazer da vida. “Me encantei com a elegância daquele instrumento e com a história daquela violoncelista. Que para mim é a melhor de todos os tempos.” Com um novo mundo abrindo a sua frente, a estudante chegou em casa decidida a estudar música e tentar o Centro de Formação Artística (Cefar) do Palácio das Artes. “Fui aprender violão sozinha e estudar para tentar entrar no centro. Meu primeiro contato com a música foi tardio. Normalmente se começa mais cedo”, lembra.

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Larissa se desdobra em diferentes projetos para poder seguir o sonho de ser violoncelista

Com 15 anos, Larissa tocou pela primeira vez o violoncelo. “Ia para a escola às 6h e tinha aula até 12h. Depois, corria para o Palácio, onde estudava música das 13h até às 19h. E ainda aproveitava umas horinhas extras, de 20h às 23h, para estudar violoncelo. O instrumento era emprestado da escola”, conta. O seu próprio cello só veio mais tarde, com ajuda da família e dos amigos. “Fizemos até um sarau para arrecadar o dinheiro que precisava. Meu instrumento não é dos melhores, custou no total R$ 6 mil porque tive que reforma-lo. Eles são muito caros. Um bom custa pelo menos R$ 20 mil, ainda fora de cogitação.”

O esforço de Larissa tem gerados frutos para a violoncelista que hoje, com 21 anos, pode se gabar de pertencer a uma seleta lista de músicos que já tocou no Carnegie Hall, em Nova York. Façanha que a jovem conseguiu, em abril desse ano, depois de ser selecionada entre 3 mil pessoas do mundo todo para fazer parte da

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A violoncelista conta que comprou o instrumento com ajuda de amigos, mas que ainda não conseguiu ter um violoncelo de qualidade

A notoriedade e o reconhecimento do seu talento foram importantes para Larissa, mas nada é fácil para quem decide ser violoncelista de profissão. “Ganho dinheiro porque sou bolsista, toco em casamentos, faço peças de teatro e tenho dois grupos musicais. Mas tudo com muita dificuldade”, explica ela. “Os espaços para violoncelistas são restritos. Até mesmo para quem quer estudar música. Um vestibular de medicina é muito concorrido, mas são muitas vagas. Para violoncelo são menos concorrentes, mas uma vaga. A proporção é a mesma.”

Atualmente Larissa se desdobra em vários projetos, está no elenco da peça A arca de Vinícius, é bolsista da Orquestra Sinfônica da Escola de Música da UFMG, professora de música, arranjadora e violoncelista dos grupos Café Apoena e Girau.

Orgulho de Minas é uma coluna do Governo de Minas dedicada a mineiros que, assim como Larissa Mattos, transformam sonhos e boas ideias em realidade. Colabore com esta coluna, indique alguém para as próximas publicações.