Empossada diretora da Câmara de Dirigentes Lojistas de Sete Lagoas, a professora, Maria Madalena de Oliveira Gonçalves conta, em entrevista ao SeteLagoas.com.br, como tem sido feito o trabalho da câmara na cidade. Trabalhando na CDL desde 2006, Maria conta que a função é desempenhada de forma voluntária por toda a diretoria, ajudando a melhorar o desempenho dos comerciantes dentro da cidade.

Site Sete Lagoas: Qual a função da Câmara de Dirigentes Lojistas e como ela atua em Sete Lagoas?

Maria Madalena: A Câmara de Dirigentes Lojistas de Sete Lagoas presta serviços aos seus associados, ou seja, ao comércio de modo cdl14geral. A gente hoje tem outros associados além do comércio, que são da área da indústria.

Um exemplo disso é a Origami, que trabalha na fabricação de sacolas e é uma das mais de 730 empresas associadas. Nós contamos com a participação, de um grande número de associados que não se restringem ao chamado comércio de “porta aberta”.


Como os comerciantes da área central reagiram à abertura do Shopping Sete Lagoas? Houve alguma resistência, registro de prejuízos, ou um comércio não faz frente ao outro?

Fazer frente faz, mas eu acho que o que aconteceu foi uma diluição maior de vendas. Ninguém reclamou que teve prejuízos. O que aconteceu foi que dividiu mais a fatia do comércio na cidade.

A gente tem que destacar que com a entrada do Shopping Sete Lagoas no ano passado, houve uma divisão entre um número maior de comerciantes, mas não necessariamente um prejuízo. As vendas não ficaram abaixo do esperado.


Os comerciantes se sentem ameaçados com a criação do shopping popular Lagoa Center (que será inaugurado em abril deste ano), o que ele representa para o setor comercial popular da cidade?

O fato do surgimento do shopping é sim preocupante para os comerciantes do centro, porém, o que a gente está trabalhando com os associados, que é o mais importante agora, é a realização das melhorias para atendimento ao cliente. Isso será muito importante, principalmente com a chegada do novo shopping na região central.

O que a gente pretende trabalhar é a melhoria dos estabelecimentos de Sete Lagoas, que vão desde a produção das vitrines até um atendimento melhor.

Nós estamos pensando também em outras ações, como a possibilidade de um treinamento para língua inglesa, devido à possibilidade de a cidade ser subsede da Copa em 2014. O que a gente quer é que cada comerciante entenda que essas mudanças são boas para ele e para a cidade, que passa a ter um comercio melhor.

Os comerciantes estão apreensivos. Mas eu já vejo sintomas de eles quererem melhoras. Por isso retomamos as negociações de revitalização da Rua Emílio Vasconcelos, algo que estamos lutando desde de 1998.

Estamos propondo o alargamento do passeio, tirando os estacionamentos, ou seja, melhorar aquela parte que antes era vista como uma área complicada. A gente já esta agendando uma reunião junto à prefeitura para discutir isso ainda neste ano.

Uma coisa que deve ser falada é que temos associados dentro do Shopping. O trabalho da CDL também deve ser feito com o pessoal de lá.


Como faz para se tornar um associado da CDL-SL?

Para se associar a empresa realiza um cadastro junto a Câmara do Diligentes, a partir daí ela paga uma mensalidade de acordo com a classificação da empresa.

Com isso, ela começa a desfrutar de nossos serviços, como apoio a cobrança, assessoria jurídica, além da participação dos cursos que oferecemos com desconto.

O que os comerciantes da região central tem feito para solucionar o problema da falta de vagas para os clientes? Há alguma orientação por parte da CDL para evitar o problema?

Isso não compete a Câmara de Dirigentes Lojistas. O que acontece é que, se eu tenho um carro e paro no lugar errado isso cabe a prefeitura fiscalizar, antes tinha o faixa azul, agora não tem mais.

Isso na verdade vai da consciência do comerciante, que deixa de oferecer uma vaga para cliente, deixa de oferecer um local para o cliente estacionar.

A gente faz uma orientação, mas em relação à oferta de vagas e a forma como essas vagas são usadas a gente não pode fazer nada diretamente.

O que acontece, na verdade, é que a cidade tinha pouco estacionamento. Hoje eu vejo que tem pelo menos quatro novos estacionamos na área central. Isso é bom porque as pessoas vão ter onde deixar o carro. Elas vão pagar uma mensalidade, deixando as vagas das lojas desocupadas.

È necessário que a prefeitura faça a fiscalização do estacionamento na área central. Não é falta de orientação da CDL para que se liberem as vagas não, mas precisa também que regularize o estacionamento pela prefeitura. Uma coisa é você falar, orientar, outra é você cobrar e fiscalizar. E a cobrança ela tem que partir da prefeitura.

Precisa de uma fiscalização para que não ocorram casos como o próximo ao Correio, onde as motos param no local de carros e atrapalham os clientes de região.

É comum ouvirmos reclamações referentes ao atendimento por parte dos vendedores, a CDL disponibiliza algum curso que ajude o setor neste sentido?

O que acontece, às vezes, é a falta informação. No caso do Procon, que disponibiliza o código de defesa do consumidor e agora exige que ele esteja dentro de todas as lojas. Na verdade a gente não deu nenhum treinamento para esses comerciantes, então eles mesmos não sabem como melhorar o atendimento com isso.

Quais ações serão prioridades da CDl-SL para este ano?

Estamos olhando com a prefeitura para que neste ano a gente possa desenvolver o projeto de revitalização da Avenida Emílio de Vasconcelos e a retirada dos camelôs da rua Fernandinho Junior.

Essa é uma reclamação dos comerciantes, pois eles pagam impostos e o pessoal dos camelôs vendem produtos sem registro nem nada. Isso não depende só da gente, isso tem que ser feito junto com a prefeitura e de uma forma correta.

Porque na verdade todos são trabalhadores e precisam dessa renda. È dali que eles tiram o sustento, então a gente quem que fazer igual a Belo Horizonte, onde foi criada uma área para dar condições para eles trabalharem.

Temos também os cursos de vendas e de gerenciamento e pretendemos trazer um curso de vitrine para os comerciantes.

Cintia Rezende