Por mais de duas horas o presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto, SAAE, Marcos Matoso, foi colocado contra a parede pelos vereadores que cobraram várias explicações da autarquia durante a reunião parlamentar dessa terça-feira, 03. Um vídeo feito pelo vereador Milton Martins, PSC, veja abaixo, que circula pelas redes sociais em que é mostrada muita água caindo pela rede deflagrou a convocação do presidente e os pedidos de explicações.

Matoso foi dar explicações sobre água contaminada na Câmara / Foto: Alan Junio

No vídeo gravado na estação elevatória que abastece alguns bairros da região do Morro do Claro, no sistema CDI, o vereador mostra dois canos jorrando bastante água na rede. Já dentro da estação, Milton garante que foi expulso do local por funcionários da autarquia. O fato revoltou Martins que acionou a Polícia Militar, PM, e registrou um boletim de ocorrência afirmando, entre outras coisas, que estava sendo impedido de exercer o seu trabalho.

Na tribuna da Câmara, Matoso revelou que a água registrada no vídeo está indo para a rede de esgoto na “tentativa de limpar os poços”. Ainda de acordo com o presidente do SAAE, as chuvas do início de fevereiro sujaram a água captada e por isso há o descarte. Sobre a proibição da entrada, Matoso assumiu a responsabilidade e disse que há circular em todas as estações do SAAE proibindo qualquer pessoa de entrar. "É uma área de segurança. Nos Estados Unidos, para que vocês tenham uma ideia, as áreas de captçaão de água são protegidas pelo exército", exemplificou.

Funcionário da Companhia elétrica do estado, o vereador Caramelo, PT, ponderou com Matoso que entende o posicionamento, mas acredita tem que haver bom senso. "Se algum de nós (vereadores) chegar na Cemig tenho certeza que ninguém vai ser barrado. Não é preciso identificação especial é só ter um pouco de bom senso", opinou Caramelo depois que Matoso sugeriu fornecer uma credencial aos vereadores para livre acesso às estações.     

Assim como Milton Martins, o presidente Matoso gravou um vídeo explicando a situação e negando que a água contaminada esteja sendo distribuída para a população, veja abaixo. Na produção divulgada em grupos de mensagens instantâneas, o presidente chama a acusação de “sem nenhum fundamento” e “mentirosa” e reafirma que o que está sendo feito é uma tentativa de limpar os poços para que possam ser reintegrados ao sistema.

Por Marcelo Paiva