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Ecologista defende “Alfabetização ecológica” no dia do Meio Ambiente

Estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972 o dia mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, tem como objetivo principal catalisar a atenção e ação política de povos e países para aumentar a conscientização e a preservação ambiental. Apesar da ampla discussão em torno do tema nos últimos anos, poucas ações são vistas na prática para uma convivência harmoniosa entre homem e natureza. 

Para comemorar a data, o setelagoas.com.br apresenta uma série de reportagens sobre alguns assuntos que convergem para a preservação do Meio Ambiente. Dentre as várias questões que necessitam de uma discussão, a informação, ou a falta dela, é assunto para que todas as camadas da sociedade tenham conhecimento do tema para que todos possam ajudar de alguma maneira. 

Walter defende uma discussão mais ampla do tema / Foto: Newton FrançaWalter defende uma discussão mais ampla do tema / Foto: Newton França

O ecologista e pesquisador da Embrapa Milho Sorgo, Walter Matrangolo, acredita que a população é “completamente analfabeta nos aspectos ecológicos”. A falta de informação é um dos problemas que precisa ser superado para que consigamos avançar em nossa região. Por isso ele propõe e divulga a “Alfabetização ecológica como uma forma de ampliar o senso crítico e o de corresponsabilidade para que a carga sobre a problemática ambiental seja dividida. Ser humano é ser ambientalista: não há como fugir disso no atual estágio de nossa sociedade planetária”, pensa.

Para comprovar o que diz, o estudioso cita o exemplo do solo da região que, em breve, pode contaminar a água que absorve. “Nosso solo cárstico que, por ser muito permeável, ao mesmo tempo em que capta e armazena muita água no subsolo, facilita (como em pouquíssimos lugares do planeta) a contaminação dessa mesma água armazenada. Não há qualquer mobilização para o saneamento básico e tratamento do esgoto, que vem contaminando os poucos rios (já inviabilizados para a vida e agricultura) e a água do subsolo, que no futuro, poderá tonar-se inútil de tão contaminada”, vislumbra.

Para que esse quadro comece a mudar, a população precisa não só se organizar, mas também cobrar atitudes do poder público. Por isso, Matrangolo acredita que “a comunidade que deixa uma administração qualquer decidir que temas devem ser prioritários nessa questão está sujeita a ficar reclamando e, por fim, tornar-se cínica e negativista. Pois se os desafios são muitos e imensos, como responsabilizar um político, que invariavelmente, desconhece a realidade de minha rua, meu bairro?” pondera. 

Para que tenhamos uma realidade diferente a curto ou médio prazo o ecologista não vê outra saída a não ser estarmos abertos ao diálogo e que a população tenha mais voz “para que exponha suas inquietudes quanto ao tema”. Outra proposta apresentada é a de que o cerrado tenha mais valorização. “Foi ele que fez de Sete Lagoas o que ela é: sua madeira virou carvão, riqueza e trabalho para muitos. E por certo poderá continuar trazendo mais riquezas, mas desta vez com as árvores em pé, vivas, com seus frutos e muito mais. A biodiversidade imensa desse bioma será fundamental para reerguermos nossa autoestima e a esperança numa vida mais saudável e rica”, finaliza.


Por Marcelo Paiva



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